domingo, 5 de dezembro de 2010

Tio Sam na ativa

Essa semana, o mundo foi bombardeado mais uma vez pelo WikiLeaks: "órgão sueco que publica, em seu site, posts de fontes anônimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis." conforme indica o outro Wiki - o Wikipédia. E o grande irmão, esteve envolvido em apenas 99,99% dos casos relatados pelo Leaks. De tudo um pouco e do pouco quase tudo, a diplomacia americana não tem brincado em serviço, muito menos dormido no ponto, para os burocratas de Washington não há tempo ruim, não existe crise financeira mundial que os pare.
Desde  as guerras no Afeganistão e Iraque, passando pelo urânio em países como Irã e Coréia do Norte. Até que os bebedores de coca-cola aportaram no Brasil. Do relatório da Embaixada Americana em Brasília saíram conversas muito capitalistas  e também capciosas. Após o apagão de 2009, os Yankes se botaram em alerta máximo, para avisar o Tio Sam de que "haviam boas possibilidades no Brasil." 

A nossa falta de estrutura e de segurança nos setores energético e de infra-estrutura teriam sido vistos com bons olhos para que os Estados Unidos entrassem em contato com Brasília para tapar esses buracos - traduzindo, vender a estrutura que tanto nos falta, especificamente por causa de duas palavras: Copa e Olimpíadas.
O Brasil é a boa da vez. O Brasil é o país do futuro, como diria Renato Russo. Os dois maiores eventos esportivos e lucrativos do mundo terão hora e vez na terra do samba e da bossa. E para que ambos eventos não acabem em uma palavra que rima com a bossa, o mundo inteiro está de olho na capacidade e principalmente na execução dos planejamentos sugeridos, afinal fazer maquete e lobby é fácil, fazer uma copa e em seguida uma olimpíada nem tanto.

Existe uma desconfiança mundial sobre a capacidade do Brasil para dar conta dos recados.

A ver:

  • A falta de infra-estrutura como portos, aeroportos (principalmente), redes hoteleiras e estradas.
  • A violência: se para nós tudo o que acontece já faz parte do cotidiano, para outros países é caso de intervenção das forças armadas
  • A corrupção que fará de algumas pessoas ligadas aos eventos lucrarem e muito e no caso Brasileiro na cara dura.
  • Casos como o apagão de 2009 que podem voltar a se repetir
  • A obras destinadas aos eventos como os estádios que ainda estão em fase inicial

Para o Tio Sam a conta, como toda conta, é simples: Temos o terreno, mas não temos nem cimento e nem aço.
Os Estados Unidos não se tornaram a maior potência mundial desde o início do século XX, por terem olhos bonitos. Eles praticamente criaram o capitalismo e com ele o liberalismo, o empreendedorismo e até o terrorismo. Logo, investir e de forma pesada em nações que não tem o mesmo fôlego financeiro é na verdade o maior produto tipo exportação que eles tem. Foi assim na  África, na América Latina e na Ásia e o será no Brasil dos grandes eventos esportivos. 
Não é nenhum crime tal atitude, o que acontece no caso, é que a notícia teria saído de uma instituição que habitualmente mostra o rabo preso dos outros. Que parcerias entre países, existem, todos sabem - e é bom que existam mesmo, afinal a raça é uma só, mas vindo da fonte que veio dá margem para entendimentos sombrios. O Brasil, para dar vazão a todos esses futuros eventos vai precisar sim do auxílio de outras nações. um bom e recente exemplo de negócios entre nações envolveu a França e o Brasil na história da compra dos aviões de guerra.


Noves fora, ou seja, além do episódio que envolve as oportunidades canárias, o WikiLeaks mostra que os Estados Unidos ainda interpretam o papel de "Big Brother", aquele que tudo vê e a todos controla. A China tem tido picos e picos super-econômicos que a fazem ser hoje a segunda maior economia do mundo, alguns dizem que daqui pra frente o grande dragão vai engolir a águia da liberdade. Mas números econômicos a parte, a China está muito longe de tomar o primeiro lugar. Um dos  porquês é justamente a articulação diplomática e especialmente democrática que o Tio Sam tem. 

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