quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Pátria Samba


Bezerra da Silva era um malandro carioca. Bezerra, o malandro, cantou “se gritar pega ladrão não fica um, meu irmão”. Este malandro era um boa praça, gente fina, alguém que era dado com as pessoas e muito bem dado se fossem mulheres. Este malandro é do bem, faz parte do folclore. Artigo antigo e hoje de luxo na boemia brasileira.

Hoje, se Bezerra cantasse “se gritar pega ladrão”, o final da letra talvez fosse “não esquenta não, é só pedir demissão” e ninguém, mas ninguém mesmo precisaria correr, nem que fosse atrás de advogado. A malandragem que nos rodeia, de nada tem de alegre como tem as rodas de samba. Tem é de deprimente e de deprimente já basta a bossa nova.
Fato é. A malandragem deixou as noites e foi parar no planalto. Lá, com expediente de terça a quinta as rodas de samba, são rodas de negociatas e acordos nada claros.
Dilma tenta se fazer de santa neste inferno. Mas o inferno faz parte de Dilma. Que a presidente, sim cargo no masculino, tem merecido elogios em determinados atos, como na política externa e na tentativa de erradicar a miséria, também tem merecido vaias por se sujeitar ao que o PT e o PMDB impõem em Brasília. Em uma democracia plena, o banco central deve ser autônomo, sim, da mesma forma deve ser o Palácio do Planalto.
                                                                                                                            
Neste samba, com melodia comprada pela corrupção a faxina que estão fazendo, é pra bom sambista ver. Não existe realmente uma faxina (palavrinha fascista diga-se) nos ministérios Dilmistas. O que existe é apenas a troca de uma peça quebrada por uma enguiçada.
Dilma sabia de tudo isto quando assumiu? Talvez, sim. Talvez não. Mais provável a primeira opção. Ela, cria de Brizola, tem enraizado na sua formação política os ideais esquerdistas, mesmo tendo uma formação capitalista em sua família e estes ideais podem ter sido podados da mesma ao subir a rampa do planalto ao lado de Temer. Mas ideal, por ideal, ela ao menos tinha um. Este samba petista tem uma nota só: destruir a democracia e instaurar o plano de socialismo de Stalin e Fidel. José Dirceu está aí e não nos deixa negar. Está aí porque nunca deixou o governo da estrela vermelha.

Nesta semana, onde se comemora a independência do país dos domínios da coroa portuguesa, vale compor um samba de redemocratização e luta pela ética, num país onde, a cortina de fumaça cada dia mais ofusca o que os poderosos do Centro Oeste tem tocado para o país. A pátria nestes dias do malandro do mal vai dançando miudinho, miudinho um samba feio, fora de ritmo e totalmente atravessado. Melhor pensando, se Bezerra, o malandro folclórico do bem cantasse hoje, talvez ele diria “Acorda Brasil !!”