domingo, 27 de junho de 2010

Hemorragia interna

Em "Coração Valente" épico do cinema dos anos noventa, que retrata o início da revolução escocesa para se libertar do poderio inglês há um diálogo curto, porém marcante entre o Rei Edward e um de seus ministros. Nessa pequena conversa o rei pergunta retoricamente: "Sabe qual é o problema da Escócia ? O problema da Escócia é que ela está cheia de Escoceses". Nos dias tapuias em que vivemos, essa pergunta poderia ser reformulada da seguinte forma - retórica também. "Sabe qual é o problema do PSDB ? O problema do PSDB é que ele está cheio de tucanos." Tucanos que sabem como poucos grupos dentro de um partido a forma tão precisa de como perder tão bem eleições presidenciais e isso vem desde 2002, quando perdeu o palácio do Planalto para o PT de Lula ou seria o Lula do PT ? Bom agora isso não vem ao caso. 
Os tucanos desde a tentativa totalmente frustrada de eleger um sucessor de Fernando Henrique, na época na pessoa de José Serra, em 2002 mostrou uma tendência fortíssima de conseguir enfiar os pés pelas mãos - ou no caso, as patas pelas asas - já que estamos falando de uma ave.  No pleito que elegeu Lula, Serra praticamente era uma voz clamando sozinho no deserto - embora essa imagem esteja mais ligada a São João Batista. Há quem diga até hoje que Serra fora abandonado propositalmente pelos grão-tucanos para que assim o caminho estivesse livre para a esquerda. Mas independente de acordos que resvalam em teorias da conspiração, o fato é que os tucanos não emplacam uma boa campanha eleitoral desde então. Haja vista que quatros anos depois, em um intervalo de tempo onde viu-se de tudo em Brasília, desde casas do terror, passando por amantes de senadores que saem nuas em playboys da vida e assistindo a irmãos de deputados do primeiro escalão petista que são detidos em aeroportos com dólares na cueca sem nos esquecermos do famoso Mensalão - que Lula jura de pé junto nunca ter existido, mas que abalou profundamente o governo e que fez cair muitos nomes fortes. Pois bem, nem mesmos todos esses fatos - que são os mais marcantes da época, deram impulso para a tentativa de eleger Geraldo Alckmin em 2006, que na época era chamado apenas de Geraldo, uma das "brilhantes" peças publicitárias do tucanato para deixar o candidato com mais cara de povão. Na verdade, o que se viu foi outro vôo solo e breve.
Agora para as eleições de 2010, que ainda nem começaram diga-se, o filme começa a se repetir ainda nos trailers, ou seja já no início -  o filme e as rachaduras dentro do partido. Primeiramente foi a disputa para ver quem seria o pré-canditado a pré-canditado para disputa eleitoral, Serra ou Aécio Neves, governador de Minas Gerais - que apenas para nos lembrar-mos é o segundo maior colégio eleitoral do país. Serra venceu e a racha já estava formada. Com o nome do candidato a presidente resolvido o PSDB passou a ter outro problema que até o momento foi o mais barulhento e desgastante para os tucanos. Com Serra candidato, quem seria seu vice ? Aécio seria o nome mais forte para a tentativa de uma "chapa puro-sangue", onde tanto o candidato a presidente como seu vice seriam tucanos. A outra solução seria realizar-se coligações principalmente com o PFL, quer dizer, com o Democratas, os quais nomeiariam o vice de Serra. Assim como o PT fez com o PMDB escolhendo Michel Temer para vice de Dilma e como os próprios tucanos fizeram no passado.
  • A chapa puro-sangue tucana desagrada a todos os outros partidos que irão apoiar o PSDB na empreitada - tais como PTB (de Roberto Jefferson), e o Democratas, que é nesse montante de siglas o partido mais forte. Uma chapa 100% tucana, pode gerar problemas de ordem geográfica, já que não é novidade o partido não ter tanta força em algumas regiões como o nordeste - região que colaborou e muito na reeleição de Lula em 2006.
  • Uma chapa tendo um vice de outro partido seria mais aceitável, pois daria mais força para os tucanos - afinal andorinha só não faz verão que dirá um tucano. E até mesmo pelo ponto de vista do poder. Dividir o poder sempre é mais salutar para a democracia.


Mas parece que o PSDB quer bancar o partido ariano e esta semana soltou a informação - não confirmada por Serra, vejam só, de que o vice seria o grão-tucano Álvaro Dias, atual senador pelo Paraná. Uma pessoa pública em um estado que Serra já tinha antes do anúncio a maioria dos votos, conforme pesquisas recentes. Parece que o PSBD quer ganhar onde já está ganho, ou seja, está chovendo no molhado. 
Observando sob o ponto de vista estratégico - dividir para conquistar - seria a melhor atadura para essas hemorragias que vem desde sempre fazendo o partido perder força. Já que os teimosos bicudos querem uma chapa somente sua, deveriam ter confiado o cargo de vice para algum nome onde o candidato tem menor potencial de voto: leia-se no norte ou nordeste. O que no caso poderiam se pensar em nomes como Arthur Virgílio, senador pelo Amazonas e líder do partido no Senado ou o presidente nacional do partido e péssimo coordenador de campanha, Sérgio Guerra, senador por Pernambuco.
Mas parece que esses nomes não interessam muito, parece até que o PSDB faz questão de perder as eleições nos estados dessas regiões - e que é bom explicar - são regiões que votam maciçamente no PT de Lula, Dilma, Jackes Wagner e por aí vai.

As pesquisas atuais já dão à Dilma vantagem nas pesquisas. Disso pode-se tirar duas conclusões. O efeito de suas aparições na mídia, impulsionada é claro por seu super-cabo eleitoral, o presidente Lula. A outra conclusão que pode ser analisada é que as brigas internas do PSDB já estão surtindo efeito - ou seja  o placar já registrou os gols contra que o partido fez questão de marcar.

Agora, para não perder mais este pleito que se anuncia e principalmente não perde-lo de barbada os tucanos terão de fazer muitos voos unidos, assim como fazem os patos, para que assim mais uma vez Serra e seu partido não sejam o pato da vez e deem assim mais quatros anos de poder para a esquerda.

domingo, 20 de junho de 2010

Os três Jotas e um dê

Essa semana tivemos as duas últimas e principais candidaturas à presidência da república oficializadas. Dilma Rousseff pelo PT e candidata da situação e José Serra, pelo PSDB, candidato da outra parte, a oposição, ou seja a parte que nos cabe. Mas devido ao barulho das vuvuzelas, essas notícias, que "nada tem de relevante", passaram pelo mesmo tom por nossos noticiários.  Agora é oficial, agora não tem mais volta. Em Outubro, saberemos qual o rumo que o país tomará para as próximas décadas e principalmente quais serão os relatos que teremos nos livros de história - isso avaliando a um longuíssimo prazo.
Com esse cenário atualizado, iremos aqui contar a história dos três Jotas e do um Dê. Sim, isso mesmo, pois em uma época em que as pessoas preocupam-se com as tecnologias renovadas em conceito do 3D nas telas de cinema e das casas, a real preocupação, dever ser dirigida a um outro conjunto de letras e números, traduzindo: J de James Hunter, J de Jan Carlzon, J de José Serra e D de Dilma Rousseff.

J de James: James Hunter, americano, é considerado atualmente um dos grandes papas da ciência da administração moderna. Com seu mega-seller O Monge e o Executivo, Hunter fez muitos administradores experimentados assim como estudantes que iniciavam sua jornada, refletir sobre o que é servir, sobre o que ser um líder. Porém, o livro fica no devaneio. Uma obra gostosa de ser lida, mas com gostinho de festa de criança que acaba as oito da noite para não atrapalhar os condôminos. Muito utópico, não reflete em nada a vida real e dura das administrações que todos tem de vivenciar, seja no comando de uma empresa, de uma escola, de um lar ou qualquer outro lugar ou situação. Basicamente, a idéia de James é transmitir a mensagem do líder que serve - ao melhor estilo Ghandhi, ou ao melhor Jesus Cristo. Mas a mensagem geral não é lá muito católica, como se diz no popular não enquanto da transferência do papel para a prática. E como todos os sonhos, é sempre lindo, como todos os planos que ficam apenas nos planos beira a perfeição.

J de Jan: Jan Carlzon, sueco, é a antítese prática de Hunter. Ex-presidente de uma empresa de aviação dinamarquesa nos anos oitenta, Jan revirou o mundo executivo na prática ao implantar o seus sistema de "inversão da pirâmide" onde todos devem ter o poder de decidir e de servir: "do presidente ao servente" sem nenhuma exceção. Pois, de acordo com Jan, quem está na linha de frente da batalha é quem deve ter também o poder nas mãos, na hora de uma decisão. Ou seja, falando em "administres" a parte operacional de uma empresa ou instituição é quem deve dar as cartas quando surgem os incêndios. Jan fez nos anos oitenta o que James diz que devemos fazer hoje, mas sem exemplos concretos. Jan com seu best-seller A Hora da Verdade, tornou-se um dos grandes mentores do pensamento acadêmico e prático da administração moderna, mas o fez lá atrás, em uma época em que a tecnologia de hoje, nem era pensada por assim dizer.


Esses autores, tem em comum, os seus pensamentos deixados para a administração moderna, serão, ambos, estudados e lidos durante muito tempo, suas obras acrescentaram intelectualmente para a academia e mudaram algumas cabeças que atuam na área. O primeiro com a teoria, o segundo com a prática comprovada das ações. Mas que relação eles tem como nossos presidenciáveis ? Algumas:



J de José Serra: Político experiente, já foi, deputado, senador, ministro, prefeito da maior cidade do país e governado do estado mais rico. José nessa análise, é a personificação de Jan Carlzon. José é a pratica aplicada e bem resolvida da vida pública. Assim como Jan, mostrou-se preparado para lidar com as situações na prática, indo da carteira de trabalho com o FGTS, aos remédios genéricos. José, não é sonho, utopia ou teoria, José, é fato.


D de Dilma: Burocrata. Dilma pode ser adjetivada desta maneira. Pois em sua biografia política ela apenas burocratizou. Não comandou, foi ministra e nada mais, o que para o cargo que pleiteia, não é o suficiente. Dilma nesse caso é o James Hunter, de Brasília. Apenas na teoria, nunca na prática. James carrega a utopia da servidão, Dilma do comunismo e da continuidade do projeto de manter o PT no poder.


Nessa análise do alfabeto da administração e do futuro do poder no Brasil, deve-se levar em consideração que o que está em jogo, é o futuro da nação e nesse caso deve-se considerar: sonho ou prática ? Utopia ou resultado ?
Nessa Hora da Verdade, chamada eleições, devemos sim sonhar com um Estado mais justo, correto e que beneficie o povo, mas isso só é conquistado usando a prática.













domingo, 13 de junho de 2010

Aquilo que é mais difícil

Existem diversas perguntas difíceis de serem respondidas, e há aquele jargão popular que diz que o que mata a pergunta é a resposta. Mas uma boa pergunta, certeira, precisa, pode muitas vezes salvar uma conversa ou uma entrevista. E agora me vem à mente uma pergunta bem difícil de se responder. O que é mais complicado ? Pronunciar corretamente o nome do presidente do Irã (Mahmoud Ahmadinejad) ou entender como alguém como ele chega e se mantém no poder ? O Irã sempre teve, desde os primórdios, uma relação conturbada com o poder e olha que estamos falando de um dos países mais antigos do mundo, citado até mesmo na Bíblia, mas com outro nome é claro. Mas aqui não iremos dar aula de história e sim tentar explanar a respeito dos absurdos antidemocráticos que MA sempre usou e nunca fez questão nenhuma de esconder. O presidente do Irã, país diga-se ultra religioso ou ultra islâmico, já carrega um fardo antidemocrático pesado, pois tudo o que é ultra, acaba indo na contra-mão da democracia. Estado deve ter religião ? É uma outra difícil pergunta, pois, ao impor ou expor uma determinada visão religiosa oficial o Estado imediatamente entra em choque com as outras religiões. E aqui entra o caso do Irã. O país possuí um líder que detem os poderes do Executivo no cargo de Presidente na pessoa de Mahmoud Ahmadinejad e tem um líder supremo ou religioso -  o aiatolá Ali Khamenei, que seria o papa dessa nação ou um quase rei, vamos assim dizer. Um cargo que daria as cartas acima do poder executivo eleito pelo povo. Vale lembrar que no caso de uma monarquia legítima como ainda existem em países como Inglaterra e Espanha a monarquia é constitucional parlamentarista e os reis e rainhas não intervêm de forma direta nas decisões do executivo, do judiciário e do legislativo, fato que nem sempre ocorre lá no Irã.

Mahmoud Ahmadinejad, a figura central desse narrativa é sem dúvidas de sombra alguém cheio de mistérios e é a pessoa pública nos dias atuais com a mente mais fechada (isso em diversos aspectos) e nebulosa que existe. Ele faz Vladimir Putin parecer fácil. Sim, Putin aquele ex-presidente da Rússia, hoje atual primeiro ministro que em oito anos no poder nunca, eu disse nunca, em um discurso mencionou a palavra democracia. Ta aí, alguém com essa postura consegue perder para Mahmoud Ahmadinejad. O presidente do Irã, conseguiu entrar para a história, ou para o seu lado sujo, ao desrespeitar totalmente verdades históricas como por exemplo negar não uma, mas quase sempre que o Holocausto existiu durante a segunda grande guerra ou ao ser reeleito num pleito que ninguém no mundo engoliu o resultado. Aliás, o mundo inteiro teve que engolir o resultado, porque na verdade ninguém aceitou a sua reeleição, marcada por violência contra seus opositores, fraude praticamente explícita do resultado e por aí vai. Parecia até uma das famosas eleições ao estilo Africano.
O presidente do Irã, hoje engloba a posição de “anti-amigo“ número um do mundo ocidental, já que a posição de inimigo público número um ainda pertence a Bin Laden.
Para continuar seus feitos, MA, quer porque quer desafiar a todos mantendo seu programa nuclear de enriquecimento de urânio, indo contra todos os protocolos, convenções e tratados que existem sobre o assunto.

O Mundo todo chiou quando MA começou com mais essa afronta. Quer dizer, com exceção de países como Coréia do Norte, Cuba, Afeganistão, Iemen e dois bobos da roda, que são Turquia e Brasil.  No caso turco pode-se acreditar que existe um viés financeiro, já que o país poderia por poderes legítmos mediar  o enriquecimento de urânio. Mas conseguir entender o que o Brasil e principalmente o presidente Lula estavam fazendo nesse miolo é tão difícil quanto soletrar o nome do responsável por mais essa dor de cabeça. O País de fato enfiou os pés pelas mãos e foi claramente usado por Washington, como foi verificado posteriormente por uma carta de Obama enviada a Brasília, onde em seu teor, o presidente Norte-americado pede a ajuda brasileira - nesse caso não para encerrar o problema como tentou vender Lula, mas sim para dar recados. Ou seja o presidente do Brasil é o office-boy da Casa Branca, diga-se.
Mas, voltemos ao contexto principal. A democracia nas mãos de Mahmoud Ahmadinejad e seus aiatolás simplesmente não existe e governa-se como se a humanidade estivesse ainda no século XIV ou algo assim. ONU, OTAN e siglas mais não tem tido muita utilidade e destreza para barrar o desenvolvimento do que claramente tornou-se uma  nova ditadura no mundo, um Saddan Hussein da década, em uma década que a democracia não tem tido muito mais altas do que baixas.


E, se isso fosse uma pergunta, essa sim seria fácil de responder.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

E a Corrupção ? Alguém viu ?

Por esses dias, li e concordei com o artigo de um jornalista. O que está deliberadamente faltando nos debates e no cenário político tapuia é a critica sobre a corrupção. Não se ouviu e nem se falou mais sobre a dita cuja. Fala-se sobre tudo em nossa política: desde acordos nucleares internacionais até as novas cadeirinhas para crianças nos carros. Mas o mais importante, o mais vil e débil inimigo da democracia está, há muito tempo na sombra - e na água fresca, pode apostar.
E nesse caso, não estamos falando dos temas que devem ser abordados nas sabatinas e debates dos presidenciáveis. Desde que o ex-governado do DF, foi preso no escândalo dos panetones e maços de dinheiro em meias, a corrupção não tem frequentado as capas dos jornais e as manchetes nos telejornais.
Não podemos medir o que é mais prejudicial para uma nação: não falar, denúnciar e destronar a corrupção, como se ela não existisse ou não falar sobre democracia direta, também fingindo que a mesma não passa de folclore. Os expedientes dos partidos como dito anteriormente falam muito sobre seus grandes feitos, mas defender a democracia, a força máxima adquirida através dos tempos pela humanidade, não tem sido pauta dos mesmos. A democracia é e sempre deverá ser tratada como a menina dos olhos de um povo e não ficar escondida como se fosse um tabu falar sobre ela. Mas atentemo-nos a corrupção ou a falta dela, no caso. E nisso devemos abrir uma linha do tempo, pois ela a cá chegou junto com as caravelas portuguesas.
A corte Portuguesa, fugida as pressas de Lisboa em 1808, trouxe inúmeros benefícios para o País, como a abertura dos portos, a criação dos correios, mas também trouxe nessa administração frutas podres que aqui se multiplicaram. A corrupção brasileira, passou pela Monarquia, pelo golpe militar e pela república - seja ela, nova ou velha.
E chegamos a 2010, ano eleitoral, época pela qual passaram pelo poder tanto a direita como a esquerda, ambos tendo oito anos para mostram do que eram capazes de fazer. 
Fizeram algumas coisas, sim, principalmente no âmbito econômico e consequentemente no social, sendo isso paternalista ou não. Mas pouco para não dizer nada, fizeram para combater a corrupção. Exceção deve ser delegada ao ex-presidente Fernando Henrique que criou a lei de responsabilidade fiscal onde todos os municípios e estados devem prestar contas a União de seus gastos. Parou aí. Desde então, a estrada pendeu para uma ribanceira sem fim.
E existe uma explicação muito razoável para isso. A Justiça é cega e no nosso caso também é surda e principalmente muda. Não existem formas legais, ou seja amparadas por lei, que impeçam a roubalheira, a corrupção e todos outros adjetivos que vem ao caso. A lei existe ? Sim. Mas não é aplicada. Se verificarmos os tantos Códigos que existem, a nossa sociedade é perfeita. No caso deles serem aplicados é claro, o que não acontece.
O PT frustrou muitos e muitos partidários de suas ideologias, quando no primeiro mandato do atual presidente da república veio a tona um dos mais absurdos e graves casos de corrupção que já existiu. O chamado Mensalão, onde o PT colocou no bolso, legisladores e parlamentares da situação para poder fazer passar pelas formas corretas as leis que lhes seriam úteis para aprovação. O presidente após a passagem desse furacão que varreu de cena  nomes importantes do partido e possivelmente importantes para os efeitos de permanência no poder (leia-se sucessão presidencial), disse a todos que simplesmente não sabia de nada. E assim permaneceu no poder, podendo tranquilamente disputar outra eleição, que para tornar tudo mais nebuloso venceu e diga-se, venceu fácil.
Fernando Collor de Mello, o primeiro presidente eleito por voto direto, após vinte anos de regime militar foi deposto por muito menos, para ser preciso, foi deposto porque não soube explicar a origem de uma Elba. E lá, naquele início dos anos noventa estava o PT, fazendo total oposição aquela situação, dizendo-se o partido mais íntegro que já houvera. O que o tempo e o poder não fazem, não é mesmo ?
Dado esse refresco na memória, voltemos ao cerne do texto.  Até o presente momento, nenhum dos três candidatos ao principal cargo da Nação atreveram-se a tocar no assunto. E aí o BOD pergunta. Por qual motivo, causa, razão ou circunstância ?
A impresa, ou parte dela que também está nas folhas de pagamento de alguns políticos, ajuda e muito, afinal é o quarto poder, o mais livre de todos, que deveria ter a obrigação de fiscalizar os outros três, mas prefere falar de outros assuntos a cutucar com veemência todos aqueles que almejam o poder.
E assim a vida segue, sem falar no mais importante de tudo. 


Isso é como um cirurgião que se forma, mas nunca tocou em um bisturi. Ou um advogado que nunca enfrentou um julgamento.
Isso é um policial que vai as ruas mas nunca portou uma arma de fogo. Ou um professor de história ministrando química no laboratório do colégio.
Isso é um carro sem freio, numa ribanceira chamada Brasil, país de todos, logo ali no cruzamento com a avenida ordem e progresso.
Isso vai contra aquela famosa música. Se gritar: Pega ladrão, nesse caso, ninguém precisa sair do lugar.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A triste Pátria das chuteiras


A cada quatro anos, o mundo inteiro, ou sua maior parte, pára quase literalmente para assistir ao que muitos consideram “o maior espetáculo da terra”, a conhecida Copa do Mundo de futebol, ou simplesmente, a Copa.
Porém, esse fenômeno quadrianual, tem um (des)sabor diferente em nosso país. Aqui, nessas terras em que se plantando tudo dá, o ano é diferente desde janeiro. Acabam os fogos de um ano e já começamos o novo ano com basicamente um assunto, a copa. Dizem os especialistas no assunto que o Brasil sempre é favorito e que apenas nesse interessante ano o brasileiro torna-se patriota e é aí que mora o problema.
O futebol é sem dúvidas, o esporte onipresente em praticamente todas as culturas, desde os ingleses bebedores de chá, pais do esporte, até os americanos comedores de hambúrgueres. Daí, nós, comedores de feijoadas, não poderíamos ficar de fora. Ainda na analogia gastronômica, o Brasil se casou com o futebol e vive um caso de amor mais “romântico” do que o clássico de Shakespeare, Romeu e Juilieta, ou o doce de queijo branco com goiabada batizado com o mesmo nome desse épico da literatura da terra da rainha. 

Casou-se tão bem, que se esqueceu de viver outras virtudes de uma nação. A democracia, a ética e por aí vai. O Brasil, que sempre teve uma história política conturbada nunca flertou com ardente paixão com esses requisito básicos. Desde a Corte Portuguesa que aqui aportou fugida das guerras napoleônicas até os dias de hoje, em pleno século XXI, onde o apogeu da democracia teórica  ocorreu quando “um homem vindo do povo” ascendeu à presidência, há oito anos.
O ponto nasce na falta de patriotismo histórico e ganha força na falta de justiça, outro fator histórico. Aqui, nessa terra em que se plantando tudo dá, inclusive bandidagem, ladronagem e falta de ética e justiça, somos um país de chuteiras, quando deveríamos ser um país de diplomas sérios.

A vinda da esquerda ao poder  apenas acentuou esse grande problema. Temos um presidente que ama usar jargões futebolísticos, mas pouco fala, sabe e pratica a plena democracia e a justiça. Ao contrário. Tenta há oito anos destruir todas as forças democráticas do país, a começar pelo judiciário, atropelando o legislativo e caçando a imprensa. Um presidente da república que gosta de falar de seleção, peso de atletas e afins, mas que também sempre aproveita a oportunidade para criticar seus críticos do jornalismo e para dizer em alto e bom som que não lê jornais e que definitivamente não gosta da imprensa brasileira. 
O presidente diz essas barbáries não para ressaltar a fama de analfabeto. A explicação é mais sombria do que parece. Ele menciona isso, pois a imprensa para ele, assim como para qualquer ditadura não é benéfica. Para um presidente que tenta por que tenta, transformar o país em seu grande feudo, jornalistas cobrindo dinheiro em cuecas, meias e ministras que dizem que devemos gozar, mancham o sonho de um Brasil, esquerdista, Marxsista, Cubanista, petista e principalmente Lulista.
Durante esses oito anos, Lula, teve apenas um mérito, manter a política econômica de seu antecessor. E claro que em um médio espaço de tempo, essa política aplicada quase como uma receita de bolo da vovó, rendeu ao país frutos maravilhosos. Deu-nos um poder aquisitivo, e um lugar ao sol, nunca antes visto na história, como o próprio Lula sempre diz. Mas os louros acabam aí.
Porque mesmo com o crescimento econômico e financeiro que vivemos, o país continua sendo o país das chuteiras e nada mais. Triste assim. Não somos o país da potência econômica como o são Inglaterra e Estados Unidos. Não somos a potência industrial como o são Alemanha e França, ou do intelecto como também são essas grandes nações soberanas, democráticas e com imprensa livre. Somos o país das chuteiras que a cada quatro anos, deixa essas potências mundiais de boca aberta e olhos arregalados nos gramados mundo afora e nada mais. Triste assim.

Quem sabe daqui a quatro anos, com o maior espetáculo da terra, em nossas terras, aquelas em que se plantando tudo dá já tenhamos colhido frutos para nós o povo, mais benéficos como justiça, saúde, empregos formais e principalmente diplomas sérios. Frutos, claro, de uma árvore chamada democracia. 

Esperemos, pois.

domingo, 6 de junho de 2010

O super cabo eleitoral

Desde que a ex-ministra Dilma do Partido dos Trabalhadores, tornou-se a candidata a sucessão presidencial da situação, ganhou um cabo eleitoral importantíssimo, tão importante que podemos chama-lo de super cabo eleitoral, ou simplesmente Lula. Conhecido há oito anos como presidente da república. E enquanto presidente de uma nação, ele por peso Constitucional e por valores do cargo que ocupa, não poderia, nem em sonho, ter esse papel.
E como mencionei, desde que o partido tem alguém para chamar de seus nas eleições, foram erros atrás de erros, e o pior todos muito bem intencionados e arquitetados.


Exemplos:

  1. O dia primeiro de maio, dia mundial do trabalhador, serviu em São Paulo, para um grande "showmissio" eleitoreiro de Dima, onde o presidente ao discursar e chorar, disse a todo momento que o País não poderia parar.
  2. O Partido dos Trabalhadores usou, sem o menor constrangimento seu espaço gratuito na TV para fazer propaganda explícita de Dilma. O vídeo, mostra claramente seu propósito, tão claro que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) chiou, mas não os calou.
  3. Todas as obras inauguradas e todos os projetos sociais e assistencialistas do governo, desde então contam com a presença do presidente e sua candidata.

 A partir do momento em que a máquina administrativa passa a ser usada em prol de uma pessoa a eleição, a Constituição, passa a valer o mesmo que um cubo de gelo no polo norte - ou seja, nada. E é exatamente o que o PT e o presidente do País tem feio. E as multas que lhe foram impostas pelos órgãos responsáveis, não tem servido de nada. Alias, cabe aqui uma pergunta: Quem paga as multas ? O partido ou o réu ? (verificaremos a priori e a posteriori)
As multas financeiras não surtiram efeito ?? O TSE cassou todo o espaço de propaganda política do PT para o primeiro semestre de 2011 e mesmo assim os petistas e sua figura mais ilustre continuam fazendo campanha antes do prazo permitido por lei. Olha lá a Constituição derretendo....


Aqui não se faz um apontar de dedo para o presidente apenas. Fala-se dele pois ele tem tido essa postura. Porém, infelizmente não é o único. Desde que o país se conhece por uma república com voto direto e oculto, ou seja desde 1984, as coisas caminham por essa estrada. Desde os candidatos a vereadores até o  cargo de maior importância e representatividade que é o de Presidente da República, todos sem exceção, de todos os partidos e ideologias, fazem uso da máquina para continuarem perpetuamente de preferência no poder. A diferença é que nesse ano eleitoral e copeiro, todos começaram com os atos circenses bem antes da hora.


Executivo e Legislativo existem para dar voz e poder aos representantes do povo e não para serem garotos propaganda de suas obras e feitos sociais. Foi para esse fim que todos que estão envolvidos nesses dois Poderes, foram eleitos. Comunicar é preciso ? Sim. Fazer uso disso para que levantem uma estátua de bronze na praça não.
O candidato da oposição, José Serra, também já embarcou nessa onda. Basta dizer e ver que as maiores obras do Metrô, estão sendo inauguradas agora, por esses dias, assim, como se o tucano presidenciavel, não tivesse nada a ver com o samba que estão tocando com o seu pandeiro. Tá errado e ponto. E que o diga a Constituição.


Enquanto esse tipo de manobra eleitoreira continuar a fazer parte de nossa cultura política, nada vai mudar. A democracia com esses fatos expostos, apanha e apanha diariamente. Ela que tanto já levou em nossa história.









sábado, 5 de junho de 2010

EMPATE

O Instituto IBOPE em pesquisa encomendada pela Rede Globo de Televisão e pelo jornal O Estado de São Paulo, apontou empate entre os dois principais candidatos a presidência da República, o tucano Serra e a petista Dilma. Ambos possuem os mesmos percentuais tanto no primeiro como - pasmem - no segundo turno. (37% e 42% respectivamente).
Dados os fatos, paremos pois para reflexão. 

Dilma, há cerca de um mês e meio, vem sendo apresentada como o melhor produto no PT, depois do presidente Lula é claro. Baseando-se em fatos e históricos, podemos assegurar que a candidata petista nunca esteva a frente de um cargo executivo público - apenas ministra do governo atual, onde atuou nas pastas de Minas e Energia durante uma parte do primeiro mandato de Lula e posteriormente aos escandalos do Mensalão, que excomungaram nomes fortes do petismo como Pallocci e Dirceu, apareceu na Casa Civil, para dar seus expedientes e claramente se tornar a "super-ministra", título anteriormente dado a Pallocci.
É fato também que a ministra nunca esteve envolvida nos diversos escandalos envolvendo o seu partido. Mérito para a candidata ? Não. Ela não fez mais do que a sua obrigação. Até porque o BOD acredita que ela não participou ativamente do Mensalão, porque na época fazia parte da reserva e não dos titulares do governo de Luiz Inácio. Caso contrário, teria o nome envolvido na história - ou o nome respingado, como aconteceu a outros.
Dilma, nunca foi uma grande e brilhante política. Até porque nunca esteve na linha de frente, e sim ocupando cargos adminstrativos. Ou seja, é uma burocrata. Não que isso seja ruim para alguém. Mas para alguém que quer ser presidente da República sim. Lhe falta experiência, tato e "outras cositas mas". Tem o nome empatado a Serra graças aos marqueteiros do PT e ao grande cabo eleitoral - o próprio presidente do país. (sobre esse ponto dedicaremos um post especial).

Agora, analisemos o outro: José Serra. O tucano já é figura carimbada e conhecida da política nacional. Foi ministro da saúde no governo Fernando Henrique Cardoso e dentro dessa gestão criou a linha de remédios genéricos, que tem o mesmo principio ativo, mas como não tem marca, custa menos para o bolso de quem precisa. Mérito para o candidato ? Não. A concorrência que deveria ter sido criada não sacudiu o mercado farmacêutico como se pensou. Serra teve o nome ligado a uma das primeiras empresas a desenvolver esses medicamentos. E enquanto ministro, não deu cabo, aos olhos do BOD de problemas básicos, mas sérios da nossa tão conhecida saúde pública.
Serra tem mais experiência que a candidata da situação ? Sim, claro que tem. Nesse ponto da análise, ele leva vantagem. Não só tem no histórico um cargo administrativo, como já foi prefeito da maior cidade do país (cargo que jurou não abandonar por conta de outros pleitos - mas o fez) e também foi governador de São Paulo. 
Foi o candidato a presidência na primeira eleição de Lula. Não venceu. Na verdade, não chegou nem perto. Lula estava forte, Lula representava a mudança, a renovação de uma política denominada conservadora e burguesa, empregada por Fernando Henrique. Nesse ponto o BOD discorda. Mas concorda que o Lula representava mudança - mas nunca o foi. Não essa mudança social, tão esperada pelo povo, que muitas vezes enxergou essas mudanças como mágicas, quase messiânicas.

Mas o ponto aqui, são os novos presidenciáveis e não as pessoas que já passaram ou que estão no Palácio do Planalto. E sob essa ótica, devemos observar outros pontos, por assim dizer não tão técnicos. Dilma na juventude, ao pertencer durante a ditatura a partidos de esquerda, pegou em armas e fez parte de milícias que usaram do terror, para espalhar sua ideologia. Diz a mesma que foi presa e torturada. E se diz hoje, uma das muitas vítimas da ditadura. Recentemente foi comparada a Nelson Mandela por nosso presidente Lula. Desse comentário, o BOD se abstem.
Ambos, possuem a mesma formação acadêmica - são economistas. Um brilhante a outra mediana. Mas ao menos possuem diploma. Enquanto Dilma lutava com armas em punho por suas ideologias marxistas e stalinistas, Serra estava no chile estudando e dando aulas em universidades. Cada um deles no passado defendeu a liberdade que nos fora tirada pelo golpe militar de forma bem clara e específica. E o BOD acredita que presidiriam o país de forma bem diferente ou do outro.

A campanha ainda não começou pra valer. Muita água irá rolar debaixo dessa ponte e muitas pesquisas oscilarão entre ambos. Mas de um jeito ou de outro, isso não acabará em empate.





O Início.



Brother of Democracy, nasce hoje e nasce inspirado em defender, na medida do possível, a tão frágil verbalização da democracia, nas nossas vidas e em nossa sociedade.
Iremos aqui, expor idéias e pitacos sobre os assuntos atuais que envolvem a democracia ou a falta dela.
A democracia, deve ser respeitada, fato que não tem ocorrido com muita frequência, por aqui, nas terras tupiniquins.
Um grande e atual exemplo a ser dado é a disputa eleitoral que já começou, mas começou antes do prazo previsto em lei. Mas a lei foi esquecida, fácil assim, como alguém que se esquece de apagar as luzes da sala, antes de sair de casa. Em ambos casos, alguém, no frigir dos ovos, irá pagar essa conta. Sem falar nas cifras que são queimadas nessas empreitadas eleitoreiras. Aqui nesse caso, tanto oposição, como situação, pecam igualmente e acabam não se diferenciando, uma da outra - fato repulsivo, em uma sociedade democrática.
Saiu ontem no Estad ão, que muitos serviços públicos, recebem verbas inferiores aos gastos de "publicidade pública" e em todos os casos dessa vil publicidade, o formato exposto fere a Constituição, que em resumo, veta propaganda utilizando símbolos, marcas, pessoas e nomes - de adivinhem ???? Pessoas que detem cargos públicos.
Ou seja, uma total falta de respeito e uso da democracia. E nesse caso o "Brother of Democracy" ou simplesmente BOC irá colocar a boca no trombone, ou seria vuvuzela ??