domingo, 13 de junho de 2010

Aquilo que é mais difícil

Existem diversas perguntas difíceis de serem respondidas, e há aquele jargão popular que diz que o que mata a pergunta é a resposta. Mas uma boa pergunta, certeira, precisa, pode muitas vezes salvar uma conversa ou uma entrevista. E agora me vem à mente uma pergunta bem difícil de se responder. O que é mais complicado ? Pronunciar corretamente o nome do presidente do Irã (Mahmoud Ahmadinejad) ou entender como alguém como ele chega e se mantém no poder ? O Irã sempre teve, desde os primórdios, uma relação conturbada com o poder e olha que estamos falando de um dos países mais antigos do mundo, citado até mesmo na Bíblia, mas com outro nome é claro. Mas aqui não iremos dar aula de história e sim tentar explanar a respeito dos absurdos antidemocráticos que MA sempre usou e nunca fez questão nenhuma de esconder. O presidente do Irã, país diga-se ultra religioso ou ultra islâmico, já carrega um fardo antidemocrático pesado, pois tudo o que é ultra, acaba indo na contra-mão da democracia. Estado deve ter religião ? É uma outra difícil pergunta, pois, ao impor ou expor uma determinada visão religiosa oficial o Estado imediatamente entra em choque com as outras religiões. E aqui entra o caso do Irã. O país possuí um líder que detem os poderes do Executivo no cargo de Presidente na pessoa de Mahmoud Ahmadinejad e tem um líder supremo ou religioso -  o aiatolá Ali Khamenei, que seria o papa dessa nação ou um quase rei, vamos assim dizer. Um cargo que daria as cartas acima do poder executivo eleito pelo povo. Vale lembrar que no caso de uma monarquia legítima como ainda existem em países como Inglaterra e Espanha a monarquia é constitucional parlamentarista e os reis e rainhas não intervêm de forma direta nas decisões do executivo, do judiciário e do legislativo, fato que nem sempre ocorre lá no Irã.

Mahmoud Ahmadinejad, a figura central desse narrativa é sem dúvidas de sombra alguém cheio de mistérios e é a pessoa pública nos dias atuais com a mente mais fechada (isso em diversos aspectos) e nebulosa que existe. Ele faz Vladimir Putin parecer fácil. Sim, Putin aquele ex-presidente da Rússia, hoje atual primeiro ministro que em oito anos no poder nunca, eu disse nunca, em um discurso mencionou a palavra democracia. Ta aí, alguém com essa postura consegue perder para Mahmoud Ahmadinejad. O presidente do Irã, conseguiu entrar para a história, ou para o seu lado sujo, ao desrespeitar totalmente verdades históricas como por exemplo negar não uma, mas quase sempre que o Holocausto existiu durante a segunda grande guerra ou ao ser reeleito num pleito que ninguém no mundo engoliu o resultado. Aliás, o mundo inteiro teve que engolir o resultado, porque na verdade ninguém aceitou a sua reeleição, marcada por violência contra seus opositores, fraude praticamente explícita do resultado e por aí vai. Parecia até uma das famosas eleições ao estilo Africano.
O presidente do Irã, hoje engloba a posição de “anti-amigo“ número um do mundo ocidental, já que a posição de inimigo público número um ainda pertence a Bin Laden.
Para continuar seus feitos, MA, quer porque quer desafiar a todos mantendo seu programa nuclear de enriquecimento de urânio, indo contra todos os protocolos, convenções e tratados que existem sobre o assunto.

O Mundo todo chiou quando MA começou com mais essa afronta. Quer dizer, com exceção de países como Coréia do Norte, Cuba, Afeganistão, Iemen e dois bobos da roda, que são Turquia e Brasil.  No caso turco pode-se acreditar que existe um viés financeiro, já que o país poderia por poderes legítmos mediar  o enriquecimento de urânio. Mas conseguir entender o que o Brasil e principalmente o presidente Lula estavam fazendo nesse miolo é tão difícil quanto soletrar o nome do responsável por mais essa dor de cabeça. O País de fato enfiou os pés pelas mãos e foi claramente usado por Washington, como foi verificado posteriormente por uma carta de Obama enviada a Brasília, onde em seu teor, o presidente Norte-americado pede a ajuda brasileira - nesse caso não para encerrar o problema como tentou vender Lula, mas sim para dar recados. Ou seja o presidente do Brasil é o office-boy da Casa Branca, diga-se.
Mas, voltemos ao contexto principal. A democracia nas mãos de Mahmoud Ahmadinejad e seus aiatolás simplesmente não existe e governa-se como se a humanidade estivesse ainda no século XIV ou algo assim. ONU, OTAN e siglas mais não tem tido muita utilidade e destreza para barrar o desenvolvimento do que claramente tornou-se uma  nova ditadura no mundo, um Saddan Hussein da década, em uma década que a democracia não tem tido muito mais altas do que baixas.


E, se isso fosse uma pergunta, essa sim seria fácil de responder.

Nenhum comentário:

Postar um comentário