segunda-feira, 7 de junho de 2010

A triste Pátria das chuteiras


A cada quatro anos, o mundo inteiro, ou sua maior parte, pára quase literalmente para assistir ao que muitos consideram “o maior espetáculo da terra”, a conhecida Copa do Mundo de futebol, ou simplesmente, a Copa.
Porém, esse fenômeno quadrianual, tem um (des)sabor diferente em nosso país. Aqui, nessas terras em que se plantando tudo dá, o ano é diferente desde janeiro. Acabam os fogos de um ano e já começamos o novo ano com basicamente um assunto, a copa. Dizem os especialistas no assunto que o Brasil sempre é favorito e que apenas nesse interessante ano o brasileiro torna-se patriota e é aí que mora o problema.
O futebol é sem dúvidas, o esporte onipresente em praticamente todas as culturas, desde os ingleses bebedores de chá, pais do esporte, até os americanos comedores de hambúrgueres. Daí, nós, comedores de feijoadas, não poderíamos ficar de fora. Ainda na analogia gastronômica, o Brasil se casou com o futebol e vive um caso de amor mais “romântico” do que o clássico de Shakespeare, Romeu e Juilieta, ou o doce de queijo branco com goiabada batizado com o mesmo nome desse épico da literatura da terra da rainha. 

Casou-se tão bem, que se esqueceu de viver outras virtudes de uma nação. A democracia, a ética e por aí vai. O Brasil, que sempre teve uma história política conturbada nunca flertou com ardente paixão com esses requisito básicos. Desde a Corte Portuguesa que aqui aportou fugida das guerras napoleônicas até os dias de hoje, em pleno século XXI, onde o apogeu da democracia teórica  ocorreu quando “um homem vindo do povo” ascendeu à presidência, há oito anos.
O ponto nasce na falta de patriotismo histórico e ganha força na falta de justiça, outro fator histórico. Aqui, nessa terra em que se plantando tudo dá, inclusive bandidagem, ladronagem e falta de ética e justiça, somos um país de chuteiras, quando deveríamos ser um país de diplomas sérios.

A vinda da esquerda ao poder  apenas acentuou esse grande problema. Temos um presidente que ama usar jargões futebolísticos, mas pouco fala, sabe e pratica a plena democracia e a justiça. Ao contrário. Tenta há oito anos destruir todas as forças democráticas do país, a começar pelo judiciário, atropelando o legislativo e caçando a imprensa. Um presidente da república que gosta de falar de seleção, peso de atletas e afins, mas que também sempre aproveita a oportunidade para criticar seus críticos do jornalismo e para dizer em alto e bom som que não lê jornais e que definitivamente não gosta da imprensa brasileira. 
O presidente diz essas barbáries não para ressaltar a fama de analfabeto. A explicação é mais sombria do que parece. Ele menciona isso, pois a imprensa para ele, assim como para qualquer ditadura não é benéfica. Para um presidente que tenta por que tenta, transformar o país em seu grande feudo, jornalistas cobrindo dinheiro em cuecas, meias e ministras que dizem que devemos gozar, mancham o sonho de um Brasil, esquerdista, Marxsista, Cubanista, petista e principalmente Lulista.
Durante esses oito anos, Lula, teve apenas um mérito, manter a política econômica de seu antecessor. E claro que em um médio espaço de tempo, essa política aplicada quase como uma receita de bolo da vovó, rendeu ao país frutos maravilhosos. Deu-nos um poder aquisitivo, e um lugar ao sol, nunca antes visto na história, como o próprio Lula sempre diz. Mas os louros acabam aí.
Porque mesmo com o crescimento econômico e financeiro que vivemos, o país continua sendo o país das chuteiras e nada mais. Triste assim. Não somos o país da potência econômica como o são Inglaterra e Estados Unidos. Não somos a potência industrial como o são Alemanha e França, ou do intelecto como também são essas grandes nações soberanas, democráticas e com imprensa livre. Somos o país das chuteiras que a cada quatro anos, deixa essas potências mundiais de boca aberta e olhos arregalados nos gramados mundo afora e nada mais. Triste assim.

Quem sabe daqui a quatro anos, com o maior espetáculo da terra, em nossas terras, aquelas em que se plantando tudo dá já tenhamos colhido frutos para nós o povo, mais benéficos como justiça, saúde, empregos formais e principalmente diplomas sérios. Frutos, claro, de uma árvore chamada democracia. 

Esperemos, pois.

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