domingo, 26 de setembro de 2010

Amigo Oculto

"Nada melhor do que descobrir um inimigo, preparar a vingança e depois ir dormir tranquilo" disse Stalin. José Dirceu, pensa o mesmo. No caso, o inimigo são a imprensa, a democracia e a justiça. A vingança será a eleição de Dilma para presidente e a partir daí, ninguém mais poderá ir dormir tranquilamente.
José Dirceu representa a ala de extrema esquerda dentro de um partido de esquerda que é o PT. Dirceu sempre almejou o poder, desde jovem nunca escondeu isso - da mesma forma que nunca escondeu as suas vontades soviéticas. Agora, passado os apuros do Mensalão, e com Dilma liderando as pesquisas para a presidência, Dirceu surge novamente no cenário tapuia, da mesma forma desagradável que aquele parente aparece para pedir dinheiro emprestado.

No episódio do Mensalão, obra do arquiteto Dirceu, o tiro saiu pela culatra. Roberto Jeferson, achou que estava levando pouco - pediu mais, ganhou um não e aí pôs a boca no mundo - o que tirou José Dirceu da Casa Civil e consequentemente da corrida presidencial. Mas não tirou o poder das mãos do já todo poderoso José Dirceu. Ele, continuou mandando nos dois mandatos de Lula, só que atrás das cortinas atuando diretamente nas decisões do planalto e nos estados onde o PT venceu.
Dirceu, apareceu novamente da forma mais bombástica possível - em uma reunião com sindicalistas petroleiros na bahia que acreditava ele ser uma reunião fechadíssima estava na platéia um jornalista - para felicidade geral da nação que claro meteu a caneta nas palavras do líder esquerdopata. O resultado foi como jogar pedra em vespeiro e todo mundo chiou para os absurdos ditos por alguém que deixou claro para que veio ao poder, que sabe muito bem o que fará em Brasília, quando Dilma for eleita - o que aparentemente irá se concretizar. No seus discurso foram expostos um a um os inimigos nada invisíveis dos planos soviéticos, fidelistas e bolivarianos que Dirceu tem para o PT no poder. Destruir a imprensa, a justiça e a liberdade - nada menos do que isso.

Seus planos ganham força a partir do momento em que as duas casas Legislatórias (Senado e Câmara) devem ser renovadas com grande parte de parlamentares petistas e peemedebistas o que deixará o Brasil a um passo de ser a nova Venezuela, aquela que em vista grossa é um país democrático. Foi assim sob o comando de Chavez. Será assim sob o comando de Dilma e Dirceu. A diferença a agora é que Dirceu trabalhará de forma oficial para o governo e não mais de forma oculta como tem sido.
O fato como um todo é que, José Dirceu, de forma curta e grossa deixa claro que o país tomará os rumos do socialismo que havia tentado trilhar em 64. Dizer agora, que um novo golpe militar é exagero pode servir de desculpas, mas dizer que estamos entrando em uma onda vermelha onde Dirceu e Cia transformarão o Planalto em um novo Kremlin e que a Polícia Federal será a MGB do século XXI não é assim tão escabroso.

Aguardemos para ver se o navio chamado democracia, aguenta mais essa tempestade.




segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sal e Pimenta



A oposição no Brasil existe tanto quanto a democracia na China ou na Nigéria. Um dos maiores problemas do atual cenário político é a exatamente a falta dela. O PSDB entregou os pontos há muito tempo. A direita jogou a toalha antes de começar o primeiro round e claro, tendo a ocasião bem a sua frente a esquerda petista deitou e rolou.
A oposição em tempos não eleitorais deve ser como o sal. Deve temperar a política para que a situação não torne as coisas insossas ou seja corruptíveis como fez o PT ao chegar em Brasília em 2003. Lula e sua turma disseram ser hipertensos e a oposição acreditou.  O Sal, bíblico que é, não esteve na dieta da direita desde que esta tornou-se oposição. A direita, como toda direita, sempre foi considerada elitista e como toda elite não gosta de fazer barulho. PSDB, DEM e Cia limitada esqueceram de salgar o Legislativo e principalmente o Executivo nos últimos oito anos. Lula, faz o que quer, pois não há salmoura que o detenha.

A pimenta que sempre dá um gosto especial para qualquer prato, deveria ser usada em tempos eleitorais e principalmente eleitoreiros. A oposição deveria apimentar as eleições – assim como fez o candidato de extrema esquerda Plínio de Arruda.
Os grão-tucanos entraram na disputa presidencial achando que estavam jogando dama com um vizinho e no final das contas a pimenta entrou nos olhos de todo o tucanado principalmente os de José Serra, que desde sempre tomou caminhos errados nesta campanha – o principal erro foi não ter um discurso de uma direita que está cansada de tanta corrupção nesta terra sem lei. Segundamente Serra fez em alguns momentos discursos que pareciam mais de uma esquerda moderada do que uma direita central – como é a ideologia do PSDB, mesmo tendo como vice um representante da direita quase extrema que é o DEM.

Faltou tempero no molho tucano desde que Sérgio Guerra (senador pelo CE e presidente nacional do PSDB) assumiu a coordenação da campanha de Serra. Guerra já tinha em seu histórico a derrota de Geraldo Alckimin nas eleições passadas, quando Lula se reelegeu com uma mão nas costas. O tom daquela campanha tucana, não destoa muito da atual – os resultados também não. Mas o que é mais preocupante não é o tom e a forma usados pelo PSDB em suas campanhas eleitorais. O que preocupa é justamente a falta de sal e pimenta, ou seja a falta de oposição, que a Oposição não teve força para exercer – ou seria vontade em oito anos de mandato petista. Desde que Lula chegou ao poder, os escândalos de corrupção o acompanharam, a saber: 
  • Mensalão;
  • Morte do prefeito de Santo André;
  •  Dinheiro ilícito;
  • Caixa dois;
  • Artimanhas de seu filho Lulinha que hoje é o dono da Embratel;
  • Ataques contra a imprensa;
  • Espionagem e vazamento de informações confidenciais de adversários políticos.



Em nenhum desses episódios a oposição gritou, chiou, esperneou ou fez qualquer coisa do gênero. Não colocaram nem um pouquinho de sal ou pimenta no banquete de falcatruas que a esquerda petista dá em grande escala país afora e aí a política brasileira cai em uma grande armadilha, pois como disse Benjamim Desraeli, ex-primeiro ministro britânico "nenhum governo pode ser sólido por muito tempo se não tiver uma oposição temível".
Se uma oposição que não é temida, já está enfraquecida, que dirá a total falta dela, como se vê hoje no país.

A oposição, com seus candidatos, que gritam sem nexo nem contexto no deserto, ajudam e muito aos esquerdopatas a permanecerem no poder. Lula tem quase oitenta por cento de aprovação, parte disso é mérito dele a outra parte é demérito da oposição que conseguiu aos pouquinhos marcar um golaço contra a democracia e isso é um mérito todo deles.


domingo, 5 de setembro de 2010

Cala a boca humor

O teste de QI, mede o corpo da inteligência, já o humor, mede a alma. Alma que foi definitivamente exorcizada pela censura no país. Até semana passada, vigorava uma lei que PROIBIA os humoristas de diversos tipos (cartunistas, apresentadores, imitadores e etc) de se manifestar no período eleitoral. Um comediante imitando o Lula, estava fora de cogitação - se fizesse, o comediante ou o veículo a qual pertença  receberia uma multa, simples assim. Na sexta-feira passada, dia 28, essa lei caiu graças ao bom censo de um juiz.
No estado soberano da democracia, a opinião alheia a nossa deve ser respeitada e não calada. Não é de hoje que as pessoas usam do humor para se manifestar contrários a algo ou a alguém e isso ocorre mundo afora. Mas foi aqui, no Brasil que os narizes vermelhos tiveram de se calar. Tudo bem que a lei caiu e que agora isso faz parte do passado, mas o que fica é exatamente a sensação de que a democracia no país varia de acordo com o humor dos governantes. Se, o presidente do país acorda de bom humor - viva estamos salvos por um dia, agora se ele acorda de ressaca -  o que deve ocorrer com certa freqüência, estamos todos perdidos, porque ele vai vomitar marimbondo na Constituição.
A impressão que se tem, ao ver tais fatos, é que o brasileiro não aprendeu nada, mas absolutamente nada com o regime militar que vale lembrar durou vinte anos. Uma geração inteira viveu seus primeiros anos sob a opressão militar que não permitia a liberdade de expressão, fosse no campo artístico ou no jornalístico.


Dessa vez foi o humor, amanhã pode ser a religião e depois a ideologia política. Embora essa idéia seja um tanto dramática, é fato que as grandes opressões e as grandes ditaduras que já existiram no mundo começaram assim, calando alas da população que aparentemente não tinham tanta importância. Exemplos não faltam. A sociedade em pleno século XXI, ainda não tomou conhecimento de seu verdadeiro poder - o poder do voto. Votar não significa apenas ir às urnas no dias das eleições - é preciso mais, é preciso uma espécie de "pós-venda" do voto, simplificando: os eleitores tem mesmo total conhecimento das idéias de seus candidatos ? Infelizmente a resposta é um sonoro não.
Houve essa tentativa de calar os humoristas, que até poderiam ficar mudos, mas cegos jamais - daí os protestos em forma de humor, daí a indignação que usa do riso para se manifestar e principalmente pensar. Jerry Seinfeld pai do Standard Comedy, disse certa vez que não existe nada mais real e verdadeiro do que a comédia. Se alguém contar uma piada e ela realmente não for engraçada e inteligente, quem  escuta não rirá, e no Brasil, não existem verdades maiores dentro do cenário político do que as piadas feitas a respeito da má governança dos políticos.


Mas cabe aqui uma colocação: os humoristas estavam proibidos de se manifestar. Mas é permitido a qualquer tipo de pessoa se candidatar aos cargos públicos, inclusive palhaços profissionais. Sim, viver a plena democracia significa dar espaço para todos, mas deixar que pessoas sem a menor qualificação técnica engajem na vida política, fazendo parte do Legislativo e do Executivo, é uma piada de tremendo mau gosto. Um dos maiores problemas do Brasil é exatamente esse - permitir que qualquer um candidate-se a cargos públicos da magnitude dos Poderes. Até hoje é difícil aceitar que o presidente do país não tenha uma faculdade. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), órgão máximo de controle eleitoral no país, nunca se manifestou contra essas situações.
Tentar calar o humor, justificando que as piadas eram deboche dos candidatos, foi um verdadeiro tiro no pé, por parte dos que redigiram tal lei. Não é que os humoristas vão se vingar, mas a fenda aberta talvez jamais se feche novamente. Deve-se tentar acabar com a corrupção e consequentemente calar os corruptos - preferencialmente colocando-os atrás das grades.


Para finalizar e lembrando um dos humoristas mais conhecidos do país, se entrevistassem Tião Macalé a respeito desse episódio ele com certeza diria: NOGEEENNTTOOO !!!!