quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Crônicas Imperfeitas - Gênios nossos


A gente cresce ouvindo que temos que ser o melhor no que fazemos. Temos sempre que dar o melhor de nós em tudo o que nos acontece, no relacionamento, na família, com os amigos, na faculdade, no trabalho. Muitas e muitas vezes isso é trabalhoso, desgastante como atravessar um caminho feito com brasas. Outras vezes, ser o melhor no que fazemos é tão fácil quanto amarrar o cadarço do tênis. Para estes, nós damos o nome de gênios.

Antigamente a inteligência das pessoas era medida pelo famoso Q.I. mas o tempo passa, o mundo gira. Hoje QI tá mais pra “quem indica” do que para uma forma de medir nossa capacidade intelectual. Diz, a psicologia moderna, que existem vários tipos de inteligência: a musical, a emocional e por aí vai. Gosto da inteligência gastronômica. Saber cozinhar é um dom. E de dom todos os gênios tem bastante. E de gênios, não vou me atrever a definir quem são, pois os temos aos poucos. E estes poucos estão nos deixando.
Gênio que é gênio foge aquela regra básica de que “ninguém é insubstituível”. Não é uma ova. Onde está o novo Mozart? Onde está o novo Dostoievski? Onde está a nova Tarsila? Onde está o novo Senna? Onde senhoras e senhores, meninas e meninos, está o novo Steve Jobs?

Os gênios estão se indo..

Mas, os gênios não necessariamente precisam ser famosos, pessoas históricas. Os gênios nossos de todo dia, são em sua maioria anônimos neste mundão grande de meu Deus sem porteira e sem fronteiras.
Fala pra mim se pegar aquele atalho sem trânsito não é algo genial – dica do colega de trabalho com quem você mal conversava. Ou então, devorar aquele cachorro quente daquela barraca que tem aquele “tio” que faz aquele lanche com aquele purê? depois de um dia de cão?  Pode ser a mãe, um tio, um amigo do peito. Gênio que é gênio faz coisas simples, ou melhor, faz do caos e das dificuldades coisas simples.. Gênio da raça transforma Pitt Bull em Poodle, simples assim, como pão na chapa.

Dos nossos gênios, bons no que fazem, porque fazem bem e com amor e uma devoção quase palpável, nos sobra o legado. Gênios do bem e gênios do mal têm coisas em comum. 
A genialidade e a necessidade de fazer história. A escolha do caminho que percorrem é onde se diferencia mocinhos dos malvados. Também quando era criança, pintavam o Hitler como um demônio, o Senna como um herói e os nerds como o futuro do planeta. Nisto tudo, não erraram em nada.
Genial é verbo que só gênio conjuga. Da mesma forma que amar é verbo que só os românticos incuráveis podem praticar.
Gênios, gênios, fico com os do bem. É mais a minha cara. Faz bem à alma e servem de inspiração, para nós, que nem cadarço de tênis às vezes, conseguimos amarrar.

Um comentário:

  1. ... Gênio... ouvvir você falar de Genialidade, ou melhor lêr você escrever a respeito me abre uma oportunidade de dizer quão grandioso você é... Nos faz parar pensar sobre a vida, o dia a dia, os Gênios e os vilões que nos rodeiam. Crônicas Imperfeitas, na minha oinião não poderia ser mais que perfeitas... Adorooo ler... pequeno grande Gênio!!!

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