sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ensaio sobre a comunicação na democracia

Longe de mim ser Saramago ou McCarthy mas é de ambos que vem a inspiração. Dois, dos melhores ensaístas que já tive a oportunidade de conhecer.

Alexander Graham Bell, jamais imaginou do que o "seu"  telefone seria pai. De uma tal Internet, aquela que pode ser considera a maior de todas as invenções desde o avião - que igualmente revolucionou o mundo dos transportes encolhendo o globo em proporções até então inimagináveis. Bem, até a internet chegar em nossas vidas.
Com ela, vieram as notícias praticamente em tempo real e em diversos formatos: fotos, áudio, vídeo e texto. Com ela, vieram as redes sociais que fizeram as pessoas descobrirem que o mundo é na verdade uma rede, mas uma rede de pessoas, que se ligam ou conectam através da internet.

Graham Bell provavelmente não imaginou isso - nem Julio Verne o fez. Que dirá imaginar a internet como um caminho para expandir, usar e posteriormente usufruir da democracia. Pois é para exato fim que ela tem sido aplicada nesse início de século. Barack Obama, usou e abusou da rede para fins de campanha e vale ressaltar que além de um caminho inovador, a internet mostrou-se eficiente haja vista que Obama foi eleito e sim, a internet angariou votos para o senador de Illinois.
Agora o mundo descobre um outro lado da rede mundial, o lado da unidade. Da unidade de cidadãos prontos para querer se expressar contra regimes totalitários, os quais definitivamente não cabem mais no mapa mundial - no mesmo tom que não cabe mais usar aquele telefone preto da vovó.

O mundo árabe está passando por um processo migratório que vai dos regimes ditatoriais para a boa e velha democracia. Lembram-se do filme "1492 A conquista do Paraíso"? Se alocasse-mos um nome para o nosso ano bem que poderia ser "2011 A conquista da Democracia".
O efeito dominó iniciado na Tunísia, já envolveu outros países da África e não deve parar por aí. Dois ditadores já cairam, o ex da Tunísia e o ex do Egito. Agora, quem está na marca do pênalti são os que se acham donos da Argélia, Marrocos, Bahrein e Líbia. 
Em todos esses países, a internet tem sido uma ferramenta indispensável para unir a população, para a criação dos protestos e principalmente para divulgar ao mundo o que tem ocorrido nestes Estados que usam de cortina de ferro para esconderem a verdade.


Em um mundo globalizado, a comunicação vale tanto quanto oxigênio e é desse cilindro que os povos oprimidos da arábia e áfrica tem usado para manifestar seu descontentamento com os regimes que os controlam, lembrando que até hoje nunca se viu um ditador do bem ou um autocrata com idéias altruístas. A democracia não é usada pela maioria por ser uma moda - ela é o melhor regime que existe, pois todo poder emana do povo que elege seus representantes para que estes governem para o povo - simples como pão na chapa.
Na esfera da democracia ideal ou correta os três poderes trabalham de forma independente um do outro, pois dentre as funções de cada um está a de fiscalizar o que o outro faz - novamente o pãozinho quente.
O que foge a esse regime, não pode de maneira nenhuma conceder liberdade a seus cidadãos, tão quanto conferir transparência nos atos dos poderes. E dentro destes regimes a internet tem tido um peso fundamental para ajudar a alavancar uma revolução real no mundo árabe oprimido desde sempre. Há regimes que caíram nessa onda e que estão prestes a ruim que estavam no mínimo a vinte anos no poder. Kadafi da Líbia está no poder a quarenta anos.


O que ocorre é que há quarenta anos, não havia nem globalização muito menos comunicação veloz feita via internet. Pode parecer utópico, mas as chances hoje de um Estado ser invadido por um ditador, em qualquer continente, é um pouco mais remoto do que era no passado, justamente porque hoje o mundo dispõem de recursos democráticos que antes não existiam.
E falar de comunicação no mérito de revoluções populares implica em falar de jornalismo sério e muito competente que pode-se dizer é o quarto poder em uma esfera democrática, pois se os três poderes fiscalizam-se uns aos outros, a imprensa tem um ponto de destaque por fiscalizar todos.
Os jornais do mundo todo estão acompanhando de perto - o mais perto possível na verdade, o que tem ocorrido no norte da áfrica e já que muitas fronteiras foram fechadas, inclusive em países onde é proibido o exercício da função de jornalista como na Líbia, a população tem enviado via rede mundial, muitas das (desencontradas) informações do grau em que estão as empreitadas.


Nada disso estaria acontecendo se não existisse a internet. Pelo menos não nessa escala tipo Schumacher, muito menos o conhecimento das informações a respeito do que se passa no mundo.
Como dito no título, esse texto busca uma visão ensaísta sobre como a internet simplesmente mudou a vida de todos e consequentemente a forma como organizamos nossa políticas, que em um mundo conectado por cabos e satélites pede um mundo mais democrático e transparente.


Santa Internet .

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