segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O despertar do dragão

Habitualmente, os cem primeiros dias de governo, são primeiramente uma lua-de-mel estentedida e também é uma forma de mostrar qual será o tom do governo nos próximos anos. É praticamente um trailer do longa que se desdobra no horizonte.

Dilma, diferentemente de Luiz Inácio, pouco tem aparecido nas telas. Era realmente de se esperar uma conduta menos espalhafatosa, afinal não é o estilo Rousseff sair dando pitaco sobre tudo para qualquer gravador ou microfone que apareça. Nesse começo de caminhada, Dilma foi testada nas casas legislativas quanto ao valor do salário mínimo - micro, para dizer a verdade, distribuiu ao estilo PT os ministérios, os cargos de comando nas estatais e também abençoou a turma do fundão - o segundo e terceiro escalão do governo federal. Também já encarou a sua primeira tragédia de comoção nacional, com as tempestades, enchentes e desmoronamentos que dessa vez ocorreram na região serrana do Rio de Janeiro.
Até o presente momento nada demais. Com um detalhe que têm fugido dos olhares mais atentos - um probleminha chamado Inflação. A Organização das Nações Unidas já avisou. Os alimentos no mundo todo tiveram um aumento médio de 15%. Aqui em terras tropicais não foi diferente, pois os alimentos foram os grandes vilões juntamente com os materiais de construção e os aluguéis, sendo este último item, um acelerador da (possível) bolha inflacionária.


Guido Mantega - que se considera um grande economista e diga-se apenas ele para achar isso dele mesmo, não tem conseguido dar conta do recado desde a extinta era "nunca antes nesse país". Brincar com a taxa de juros e queimar as reservas cambiais não resolvem o problema de inflação - da mesma forma que ninguém resolve um problema de matemática usando gramática.
E está ai o dragão, ainda sonolento, abrindo os olhos, bocejando e se espreguiçando. Ele já acordou, para dar início ao voo e começar a cuspir fogo é apenas uma questão de tempo e se Dona Dilma e companhia não tomarem os caminhos corretos, vão botar a perder todos os alicerces construídos na era FHC e que tiveram um início de solapamento na gestão do quatro dedos, que gastou, gastou e gastou - Ninguém anuncia um corte de 50 bilhões assim, por motivo sem gravidade aparente.


Dilma, economista de formação viu que o espetáculo do crescimento - que aconteceu apenas no imaginário petista, corroeu nossa guarda anti-inflação. Sair dando crédito para tudo e para todos a torto e a direita ou melhor esquerda, teve reflexo agora. E para que o reflexo não seja algo no estilo "retrato de Dorian Gray", a senhora "presidenta" (que palavrinha como diria Mario Prata) vai ter que rebolar e muito, afinal é de conhecimento de todos que um dos fatores que mais segura presidente no cargo são os bons ventos da economia - Lula com seus (mentirosos) recordes de popularidade sabe muito bem disso.


Aguardemos pois para ver os desdobramentos disto. Ou o dragão será congelado novamente ou sairá em voo rasante destruindo primeiramente nossa economia e segundamente os devaneios e projetos petistas de se manter no poder para todo o sempre. (nesse caso o dragão pode acordar e bater asas e cuspir labaredas e mais labaredas, mas só nesse caso).

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