sábado, 2 de abril de 2011

A Racionalização da corrupção.

A política brasileira é tão ultrapassada quanto o trem maria-fumaça. E isso se deve a vários fatores, sendo o maior deles cultural. Basta analisar a história para sabermos que enquanto os portugueses estavam tornando oficial a descoberta do Brasil os Europeus já estavam em seus formados reinos discutindo a reforma protestante, ou seja, há mais de quinhentos anos existe uma diferença cultural e consequentemente ética entre Europeus e Brasileiros.
Logo, não é de se espantar que em plena segunda década do século XXI, os brasileiros fiquem discutindo se pessoas de conotação pública e caráter judicialmente comprovado podre possam ou não se candidatarem aos cargos do legislativo e do executivo, sendo que para efeito balisador temos como exemplo o ministro de relações exteriores da Alemanha que fora afastado do cargo por uma acusação de plágio em sua tese de doutorado - imaginem se a acusação fosse de corrupção ?


A proposta da lei da ficha limpa reflete o estado de cegueira que a justiça brasileira vive - e não estamos falando da cegueira poética, da imagem da mulher com venda nos olhos e balança nas mãos, pois ao barrar nas eleições candidatos que já foram condenados por um tribunal, é tão óbvio que muitos se perguntam porque não tiveram essa "brilhante" idéia antes. 
E agora que o país dá um passo à frente para melhorar a qualidade de seus candidatos, a lei da filha limpa se mostra em desuso. Candidatos que foram barrados nas eleições de 2010, poderão assumir suas cadeiras tranquilamente, pois a suprema corte brasileira votou contra o uso de uma lei que o Legislativo criou, logo todo o esforço gasto para proibir que pessoas de péssima índole continuassem a governar foi pelo esgoto abaixo.


Simplesmente porque sob o entendimento dos ministros do supremo, a lei só poderá valer para casos que ocorram depois de um ano de vida da lei. Tudo bem. Mas e a condenação a qual foram submetidos esses candidatos ? Não tem valor nem peso para determinar se tais pessoas podem ou não se candidatar ?
E aqui, cabe um erro gravíssimo por parte da Justiça brasileira (civil e eleitoral) e por parte dos partidos políticos. Como pode um partido chamar-se de instituição séria se leva em seu staff senadores, deputados, governadores e etc que estão mais enrolados do que arame farpado em dia de reforma no celeiro ?


Fato é. Temos mais petróleo que os Europeus, temos os melhores jogadores de futebol, mas de longe não temos a melhor forma de se fazer política - não estamos falando de democracia ou comunismo ou qualquer outro ismo. A forma está correta, o que nos atrapalha é o conteúdo. No mundo judicialmente civilizado, pessoas de poder público eleitas quando cometem crimes, caem assim como cai uma fruta podre da árvore.
Aqui, em terras de ninguém o que se vê é a racionalização da corrupção - ela sai do empírico (conhecimento comum executado de forma diferente por todos) e torna-se um método científico aceito e aprovado pelo judiciário e juntamente com ela vem a sua prima chamada impunidade.


Duas faces da política brasileira que pode tentar ter a ficha limpa, Já a cara.





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