Um dos males do século passado foi o comunismo: estatizado, militarizado como vimos na URSS, em Cuba, na Coréia do Norte e por ai vai. Mal porque, economicamente à parte, o comunismo prega a não existência de Deus, proibindo assim qualquer manifestação religiosa, seja católica, protestante, muçulmana, judaica, só pra mencionar as maiores religiões do mundo. Nada vezes nada.
Aí temos um pouco de história que todos já sabem, mas vale lembrar: o capitalismo vence, sendo liderado pelo Tio Sam, o comunismo, perde força - mas não deixa de existir, muitos Estados aderem ao novo modelo econômico e pronto. Somo todos felizes.
Mas não é bem por aí.
Se, o comunismo foi tachado como o mal do século XX, o mal do século XXI é filho legítimo das idéias comunistas, chama-se relativismo e tem ganhado de braçada dos religiosos neste mundão de Deus.
Vejamos:
O relativismo nivela o bem e o mal, transformando assim o mal em algo bom, ou na verdade, passando esta impressão. Algo na linha de Nietzsche, que diz basicamente que para alcançar a felicidade não se pode haver barreiras sociais ou morais na formação de uma pessoa. As normas da Igreja Católica, bem como de outras religiões seriam um bloqueio para a real felicidade. Isto, grosso modo é relativismo. É esta nivelação por baixo do mal para com o bem, para com as normas sociais, morais e que são os freios de nosso livre arbítrio, onde passa-se a viver numa sociedade onde é proibido proibir. Todavia é importante mencionar que as críticas feitas por Friedrich Nietzsche, através de sua vasta obra contribuíram muito para o desenvolvimento moderno, em se tratando do pensamento existencialista do ocidente em que ele é considerado um dos mais importantes pensadores ao lado de Marcel Proust, Fiódor Dostoéviski, Eduardo Galeano, Martin Heidegger, Michel Foucault entre outros.
Mas quando o assunto é a liberdade há contradições fortes que batem de frente com a doutrina cristã
Quer exemplos de como o bigodudo pensava? Lá vai:
"Deus está morto. Viva Perigosamente. Qual o melhor remédio? - Vitória!".
Já que os ateus, amigos íntimos do relativismo não dão a cara a tapa para explicar o mal, ou, ao menos questioná-lo, vou utilizar como base um certo Agostinho.
Vamos lá para alguns de seus pensamentos:
"Mas de onde vem o mal se Deus é bom e fez todas as criaturas boas?” “Porventura da matéria que ele [Deus] usou?” “O Onipotente teria sido impotente para convertê-la [a matéria], de modo que nela não permanecesse mal nenhum?”, “Que onipotência era a sua se não podia criar algo de bom sem o auxilio de matéria não criada por ele?” . O que em Santo Agostinho era um mero questionamento a fim de se encontrar respostas, em outras pessoas estas mesmas perguntas podem adquirir um tom acusatório. E acaba-se por não se ver que, na existência de Deus, o problema do mal deve ter uma solução digna da sua bondade e da sua sabedoria, ainda que talvez misteriosa e impenetrável aos nossos meios limitados de conhecimento e racionalidade em face da grandeza dos planos da sua Providência. Afinal, é bom lembrarmos que a vida que nos é dada como graça e dom de Deus não acaba com a morte física.
Santo Agostinho ainda menciona que: “O mal não tem natureza alguma; pois a perda do ser é que tomou o nome de mal” O ser em Deus, o ser sob a vivência da Luz, do Espírito Santo que lá no princípio criaram (sim, no plural pois estamos falando da trindade santa) todas as coisas e viram que eram boas. E não estou aqui questionando o "big ban" mas indo muito além disto. A existência de Deus, ofusca o período cronológico, pois o tempo de Deus, Kayrós, não se mede em dias. Deus antes da criação, simplesmente existia pois é dele que nascem e são criadas todas as coisas: as visíveis e as invisíveis é o passado infinito, como menciona o próprio Santo Agostinho.
Quanto a esta perda do ser, nós podemos ver da seguinte forma: a perda do ser humano, enquanto ser humano. E isto vai contra o que diz Nietzsche que cita que para se encontrar o ser humano não pode ter barreiras nem freios. O encontrar-se, é o oposto de perder-se e este encontro em Deus é o que gera o bem, pois Deus é o bem. E para que este encontro aconteça e principalmente permaneça as normas sociais, éticas e morais da tradição e da Igreja devem ser vivenciadas.
E não devemos ver estas normas como correntes, a não ser correntes que segurem o mal.
Vejam:
São exatamente estas noções sociais, morais e éticas que formam a construção da psiquê humana, dando-nos assim bases para entendermos o certo e o errado e não a porteira aberta que Nietzsche nos apresenta.
Outra maneira de analisar o pensamento de Santo Agostinho, quando se trata da perda que tornou o mal, podemos seguir a linha da física: não existe escuridão. Escuridão é a ausência de luz. E na mesma linha: não existe o frio. Frio é a ausência de calor.
O Mal, que deriva de uma perda, é a perda do bem é a ausência deste bem.
Para completar esta parte, podemos citar também que o mal, que deriva de uma perda, pode também derivar de uma corrupção, ou seja, grosso modo aquilo que foi coagido a agir de má forma, ou até mesmo má vontade - esta no sentido de perversão. Santo Agostinho cita que: "o mal não é senão a corrupção ou do modo, ou da espécie, ou da ordem naturais. A natureza má é, portanto, a que está corrompida, porque a que não está corrompida é boa. Porém, ainda quando corrompida, a natureza, não deixa de ser boa; quando corrompida, é má", Logo temos algo que podemos estruturar como a matéria ou o ser são bons por natureza que deriva da criação divina, mas por perda ou corrupção, torna-se má, mas torna-se má, pelo efeito bloqueador que o mal gera sobre o bem, pois mesmo sendo má, ainda em essência é boa.
Aí alguns poderiam dizer: Mas Deus não é onipresente? Sim, Ele é onipresente. Então se Ele está em todos os lugares, todos os lugares cultivariam apenas o bem e não existiria o mal, mas devemos ter claro que existe no meio deste caminho o livre-arbítrio.
E eis que surge o tal do livre-arbítrio, algo que o livro do gênesis nos mostra muito bem: quando Deus criou o homem e a mulher a sua imagem e semelhança, depois de ter criado toda a natureza e o cosmos na sua forma física e visível.
O livre-arbítrio nasceu, quando Eva provou do fruto proibido e convenceu Adão a prová-lo também. Um gesto que teve início não quando a serpente, que representa o mal tentou Eva, mas quando Deus disse que daquela árvore eles não poderiam provar o fruto. (Engraçado que no folclore popular, a maçã foi caracterizada como tal fruto proibido. Se eu fosse um dos grandes artistas que tivesse pintado esta obra teria usado uma jaca como fruto e não uma simples maçã, mas isto claro não vem ao caso.)
Pois ao dizer ao jovem casal que não poderiam comer daquela árvore e sendo apenas esta a única regra que havia, os espertos lá foram persuadidos por uma cobra falante e desobedecendo Deus, provaram do fruto. Logo, passaram a se perceber nus e tiveram vergonha disto e quando Deus foi dar uma passeada pelos jardins do paraíso, ambos se esconderam por medo. A desobediência é o primeiro pecado, o primeiro mal da humanidade e o medo de Deus é apenas resultado deste ato de pecado.
Claro que tudo isto deve ser compreendido numa forma ampla, afinal, gênesis, nos mostra uma fábula para mostrar que desde sempre o ser humano é propenso à desobedecer Deus.
E esta desobediência tem total relação com o livre-arbítrio e sobre este tema, Santo Agostinho menciona que: "Mas quanto a esse mesmo livre-arbítrio, o qual estamos convencidos de ter o poder de nos levar ao pecado, pergunto-me se Aquele que nos criou fez bem de no-lo ter dado. Na verdade, parece que não pecaríamos se estivéssemos privados dele"
Sem dúvida que se Deus tivesse agido desta forma, não haveria tentação, nem pecado algum, mas aí não seríamos seus filhos e sim bonecos nas mãos do Criador. Ele seria um Tirano que não nos permitiria viver, mas sim apenas existir. O capítulo 15 do Evangelho de Lucas nos mostra isto e nos dá uma valiosa lição. Deus nos deu o livre-arbítrio, não para termos o direito de errar, pecar e cultivar o mal, mas para que em Sua graça, mesmo quando pecamos e erramos e ao vermos que isto não é bom, arrependidos, possamos mesmo assim ser amados como filhos.
Santo Agostinho ainda menciona que: "Somente o homem pode ser feliz ou infeliz, porque é racional e dotado de livre-arbítrio" Ou seja, cabe ao homem escolher entre o bem e o mal, entre agir de forma ética e moral ou o seu oposto. Mas também cabe ao homem o direito da escolha de amar. Jesus resumiu as leis de seu tempo em apenas duas: Amar à Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. E neste cenário, só pode amar aquele que é livre para determinar esta escolha na vida.
Alías, é bom mencionar: Se não houvesse o livre-arbítrio, a Paixão, morte e ressurreição de Jesus, não teria sentido nem valor.
Ou seja, pelo livre-arbítrio que nos permite escolher, o Bem mostra assim através de nossos atos, a graça de Deus: na caridade, na generosidade, no amor, na alegria e na fé.
Sobre o mal, mesmo sabendo que a serpente nos tentará, devemos também ter em mente que onde havia trevas, Deus criou a luz. Deu-nos também seu filho Jesus e o Espírito Santo. E guiado pelo Espírito Santo, um certo Simão, um simples pescador aceitou de coração aberto, de livre-arbítrio abraçar a fé mostrada e vivenciada por um certo carpinteiro e assim o mundo o viu tornar-se o primeiro Papa, com a consciência de que as portas do inferno não prevalecerão, ou seja, o mal não vencerá. Pois nesta pedra está edificada a Igreja, outro presente de Deus.
E hoje, no dia de São Pedro nosso primeiro Papa, podemos nos lembrar que: para combater o comunismo, o Espírito Santo nos deu como sucessor de Pedro, o Papa João Paulo II e quando o comunismo mudou de cara e virou relativismo, a Graça misericordiosa e infinita de Deus, nos deu também como sucessor de Pedro, o Papa Bento XVI.
Afinal estas portinholas não vencerão.
Mas não é bem por aí.
Se, o comunismo foi tachado como o mal do século XX, o mal do século XXI é filho legítimo das idéias comunistas, chama-se relativismo e tem ganhado de braçada dos religiosos neste mundão de Deus.
Vejamos:
O relativismo nivela o bem e o mal, transformando assim o mal em algo bom, ou na verdade, passando esta impressão. Algo na linha de Nietzsche, que diz basicamente que para alcançar a felicidade não se pode haver barreiras sociais ou morais na formação de uma pessoa. As normas da Igreja Católica, bem como de outras religiões seriam um bloqueio para a real felicidade. Isto, grosso modo é relativismo. É esta nivelação por baixo do mal para com o bem, para com as normas sociais, morais e que são os freios de nosso livre arbítrio, onde passa-se a viver numa sociedade onde é proibido proibir. Todavia é importante mencionar que as críticas feitas por Friedrich Nietzsche, através de sua vasta obra contribuíram muito para o desenvolvimento moderno, em se tratando do pensamento existencialista do ocidente em que ele é considerado um dos mais importantes pensadores ao lado de Marcel Proust, Fiódor Dostoéviski, Eduardo Galeano, Martin Heidegger, Michel Foucault entre outros.
Mas quando o assunto é a liberdade há contradições fortes que batem de frente com a doutrina cristã
Quer exemplos de como o bigodudo pensava? Lá vai:
"Deus está morto. Viva Perigosamente. Qual o melhor remédio? - Vitória!".
ou então :
"Deus está morto mas o seu cadáver permanece insepulto."
E porque o relativismo é um grande mal?
Para entendermos melhor este mal vamos falar um pouco sobre algumas figuras ligadas ao relativismo como: o secularismo, o consumismo desenfreado e os ateus. Os ateus são pessoas que não acreditam na existência de Deus, por tabela vivem um comunismo ideológico e não mais estatizado. Pois o comunismo que prega a não existência de Deus sendo o mal do século XX, transformou-se em relativismo, que nivela o bem e o mal. Este por sua vez utiliza-se de várias mascaras, justamente para propor o mal como algo bom.
E aqui vem minha pergunta: Os ateus não acreditam em Deus. E no demônio? Acreditam?
O grande ganho, por assim dizer, do relativismo e do comunismo é justamente vender a ideia de que o mal não existe, ou se existe é na verdade algo bom, ou então não tão mal assim. Aliás, esta é uma vitória do mal.
Os ateus juntamente com aquelas perguntas rasas e infantis: "Se o seu Deus existe porque acontecem coisas ruins no mundo?" ou então quando alguém religioso morre: "Por que o seu Deus não salvou essa pessoa de tal doença?" ou quando acontecem catástrofes naturais: "Onde estava o seu Deus que permitiu esse terremoto que matou milhares?" propagam sem perceber a doutrina do mal, relativizado.
Um fato curioso: nunca vi um ateu questionar a existência do mal, apenas de Deus. E porque não o fazem?
Algumas sugestões:
1) Porque gostam do mal? Acho que não seria a resposta certa, embora algumas pessoas tenham esta preferência de vida, estão aí os espíritas e os macumbeiros que não me deixam mentir.
2) Ou não questionam o mal por ter medo? Mas não admitem este medo, pois ao admitirem medo do mal, automaticamente estariam declarando a existência do bem, logo de Deus?
Aceito outras sugestões.....
Mas ainda sobre os ateus: gostaria também de entender o porque de não satisfeitos em negar Deus em Sua existência, ainda gostam de provocar as doutrinas que corroboram na divindade.
É muito fácil ver estes ateus não apenas questionando mas também caluniando a Igreja. Ora, quanto ao questionamento, não há objeções que façam, mas quanto a baixar o nível - já que perdem em argumentos - para tentar destruir a Igreja e seus seguidores. E ainda não entendem que através do relativismo e do ateísmo estão espalhando o mal e há quem se declarando ateu quase considera ou trata o ateísmo como uma religião. Vai entender esse povo....
Mas ainda sobre os ateus: gostaria também de entender o porque de não satisfeitos em negar Deus em Sua existência, ainda gostam de provocar as doutrinas que corroboram na divindade.
É muito fácil ver estes ateus não apenas questionando mas também caluniando a Igreja. Ora, quanto ao questionamento, não há objeções que façam, mas quanto a baixar o nível - já que perdem em argumentos - para tentar destruir a Igreja e seus seguidores. E ainda não entendem que através do relativismo e do ateísmo estão espalhando o mal e há quem se declarando ateu quase considera ou trata o ateísmo como uma religião. Vai entender esse povo....
E o que seria este mal?
Já que os ateus, amigos íntimos do relativismo não dão a cara a tapa para explicar o mal, ou, ao menos questioná-lo, vou utilizar como base um certo Agostinho.
Vamos lá para alguns de seus pensamentos:
"Mas de onde vem o mal se Deus é bom e fez todas as criaturas boas?” “Porventura da matéria que ele [Deus] usou?” “O Onipotente teria sido impotente para convertê-la [a matéria], de modo que nela não permanecesse mal nenhum?”, “Que onipotência era a sua se não podia criar algo de bom sem o auxilio de matéria não criada por ele?” . O que em Santo Agostinho era um mero questionamento a fim de se encontrar respostas, em outras pessoas estas mesmas perguntas podem adquirir um tom acusatório. E acaba-se por não se ver que, na existência de Deus, o problema do mal deve ter uma solução digna da sua bondade e da sua sabedoria, ainda que talvez misteriosa e impenetrável aos nossos meios limitados de conhecimento e racionalidade em face da grandeza dos planos da sua Providência. Afinal, é bom lembrarmos que a vida que nos é dada como graça e dom de Deus não acaba com a morte física.
Santo Agostinho ainda menciona que: “O mal não tem natureza alguma; pois a perda do ser é que tomou o nome de mal” O ser em Deus, o ser sob a vivência da Luz, do Espírito Santo que lá no princípio criaram (sim, no plural pois estamos falando da trindade santa) todas as coisas e viram que eram boas. E não estou aqui questionando o "big ban" mas indo muito além disto. A existência de Deus, ofusca o período cronológico, pois o tempo de Deus, Kayrós, não se mede em dias. Deus antes da criação, simplesmente existia pois é dele que nascem e são criadas todas as coisas: as visíveis e as invisíveis é o passado infinito, como menciona o próprio Santo Agostinho.
Quanto a esta perda do ser, nós podemos ver da seguinte forma: a perda do ser humano, enquanto ser humano. E isto vai contra o que diz Nietzsche que cita que para se encontrar o ser humano não pode ter barreiras nem freios. O encontrar-se, é o oposto de perder-se e este encontro em Deus é o que gera o bem, pois Deus é o bem. E para que este encontro aconteça e principalmente permaneça as normas sociais, éticas e morais da tradição e da Igreja devem ser vivenciadas.
E não devemos ver estas normas como correntes, a não ser correntes que segurem o mal.
Vejam:
São exatamente estas noções sociais, morais e éticas que formam a construção da psiquê humana, dando-nos assim bases para entendermos o certo e o errado e não a porteira aberta que Nietzsche nos apresenta.
Outra maneira de analisar o pensamento de Santo Agostinho, quando se trata da perda que tornou o mal, podemos seguir a linha da física: não existe escuridão. Escuridão é a ausência de luz. E na mesma linha: não existe o frio. Frio é a ausência de calor.
O Mal, que deriva de uma perda, é a perda do bem é a ausência deste bem.
Para completar esta parte, podemos citar também que o mal, que deriva de uma perda, pode também derivar de uma corrupção, ou seja, grosso modo aquilo que foi coagido a agir de má forma, ou até mesmo má vontade - esta no sentido de perversão. Santo Agostinho cita que: "o mal não é senão a corrupção ou do modo, ou da espécie, ou da ordem naturais. A natureza má é, portanto, a que está corrompida, porque a que não está corrompida é boa. Porém, ainda quando corrompida, a natureza, não deixa de ser boa; quando corrompida, é má", Logo temos algo que podemos estruturar como a matéria ou o ser são bons por natureza que deriva da criação divina, mas por perda ou corrupção, torna-se má, mas torna-se má, pelo efeito bloqueador que o mal gera sobre o bem, pois mesmo sendo má, ainda em essência é boa.
Aí alguns poderiam dizer: Mas Deus não é onipresente? Sim, Ele é onipresente. Então se Ele está em todos os lugares, todos os lugares cultivariam apenas o bem e não existiria o mal, mas devemos ter claro que existe no meio deste caminho o livre-arbítrio.
E o que é o livre-arbítrio?
E eis que surge o tal do livre-arbítrio, algo que o livro do gênesis nos mostra muito bem: quando Deus criou o homem e a mulher a sua imagem e semelhança, depois de ter criado toda a natureza e o cosmos na sua forma física e visível.
O livre-arbítrio nasceu, quando Eva provou do fruto proibido e convenceu Adão a prová-lo também. Um gesto que teve início não quando a serpente, que representa o mal tentou Eva, mas quando Deus disse que daquela árvore eles não poderiam provar o fruto. (Engraçado que no folclore popular, a maçã foi caracterizada como tal fruto proibido. Se eu fosse um dos grandes artistas que tivesse pintado esta obra teria usado uma jaca como fruto e não uma simples maçã, mas isto claro não vem ao caso.)
Pois ao dizer ao jovem casal que não poderiam comer daquela árvore e sendo apenas esta a única regra que havia, os espertos lá foram persuadidos por uma cobra falante e desobedecendo Deus, provaram do fruto. Logo, passaram a se perceber nus e tiveram vergonha disto e quando Deus foi dar uma passeada pelos jardins do paraíso, ambos se esconderam por medo. A desobediência é o primeiro pecado, o primeiro mal da humanidade e o medo de Deus é apenas resultado deste ato de pecado.
Claro que tudo isto deve ser compreendido numa forma ampla, afinal, gênesis, nos mostra uma fábula para mostrar que desde sempre o ser humano é propenso à desobedecer Deus.
E esta desobediência tem total relação com o livre-arbítrio e sobre este tema, Santo Agostinho menciona que: "Mas quanto a esse mesmo livre-arbítrio, o qual estamos convencidos de ter o poder de nos levar ao pecado, pergunto-me se Aquele que nos criou fez bem de no-lo ter dado. Na verdade, parece que não pecaríamos se estivéssemos privados dele"
Sem dúvida que se Deus tivesse agido desta forma, não haveria tentação, nem pecado algum, mas aí não seríamos seus filhos e sim bonecos nas mãos do Criador. Ele seria um Tirano que não nos permitiria viver, mas sim apenas existir. O capítulo 15 do Evangelho de Lucas nos mostra isto e nos dá uma valiosa lição. Deus nos deu o livre-arbítrio, não para termos o direito de errar, pecar e cultivar o mal, mas para que em Sua graça, mesmo quando pecamos e erramos e ao vermos que isto não é bom, arrependidos, possamos mesmo assim ser amados como filhos.
Santo Agostinho ainda menciona que: "Somente o homem pode ser feliz ou infeliz, porque é racional e dotado de livre-arbítrio" Ou seja, cabe ao homem escolher entre o bem e o mal, entre agir de forma ética e moral ou o seu oposto. Mas também cabe ao homem o direito da escolha de amar. Jesus resumiu as leis de seu tempo em apenas duas: Amar à Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. E neste cenário, só pode amar aquele que é livre para determinar esta escolha na vida.
Alías, é bom mencionar: Se não houvesse o livre-arbítrio, a Paixão, morte e ressurreição de Jesus, não teria sentido nem valor.
Ou seja, pelo livre-arbítrio que nos permite escolher, o Bem mostra assim através de nossos atos, a graça de Deus: na caridade, na generosidade, no amor, na alegria e na fé.
Sobre o mal, mesmo sabendo que a serpente nos tentará, devemos também ter em mente que onde havia trevas, Deus criou a luz. Deu-nos também seu filho Jesus e o Espírito Santo. E guiado pelo Espírito Santo, um certo Simão, um simples pescador aceitou de coração aberto, de livre-arbítrio abraçar a fé mostrada e vivenciada por um certo carpinteiro e assim o mundo o viu tornar-se o primeiro Papa, com a consciência de que as portas do inferno não prevalecerão, ou seja, o mal não vencerá. Pois nesta pedra está edificada a Igreja, outro presente de Deus.
E hoje, no dia de São Pedro nosso primeiro Papa, podemos nos lembrar que: para combater o comunismo, o Espírito Santo nos deu como sucessor de Pedro, o Papa João Paulo II e quando o comunismo mudou de cara e virou relativismo, a Graça misericordiosa e infinita de Deus, nos deu também como sucessor de Pedro, o Papa Bento XVI.
Afinal estas portinholas não vencerão.
Reflexões sinceras, incômodas e provocadoras. Ainda há esperança nesta Terra de Nosso Senhor...
ResponderExcluirO "Blog das Crônicas Imperfeitas" está figurando em nossa lista. Caso tenha alguma reserva quanto a isso, por favor, avise-nos.
Abraço fraterno
Henrique Sebastião