quinta-feira, 24 de março de 2011

Cai um corrupto


E agora José ?
Não é apenas no norte da África que pessoas de caráter duvidoso que estão no poder estão sendo depostas. Na Europa, Sócrates o corrupto não o filósofo demitiu-se do cargo ontem.
O agora ex-primeiro ministro lusitano caiu quando uma das suas fracassadas tentativas de levar a cabo um pacote para aliviar a austeridade fiscal que aumentaria impostos do país, que para variar se encontra em maus lençóis, fora rejeitado pela oposição que no Legislativo é a maioria. Em um governo marcado explicitamente pela corrupção, José Sócrates – socialista de carteirinha, afundou a constituição portuguesa num mar de lama sem precedentes na história.
A saber que a corrupção em Portugal é tão antiga quanto as fases da lua não é notícia nenhuma. Lá o mais lerdo não anda, voa – que dirá o mais esperto. Agora, o que marca a péssima gestão de José Sócrates é a impunidade. O premier dançou fado com a política e com a economia e fez desse fado uma troca de vogais.

Na política externa, José Sócrates teve picos napoleônicos ao tentar implantar na África e no Brasil sua neo-colonização via meios de comunicação como jornais, TVs e na web. Aqui nasceu o periódico “Brasil Econômico” e vale lembrar que no lançamento deste, Lula mencionou que a democracia se faz num país onde a imprensa existe – vindo de quem veio parece até piada de português.
É valido também lembrar que José Sócrates, José Dirceu e Lula, criaram um remake dos três patetas, pois os acordos entre “os PTs” (Partido dos Trabalhadores e Portugal Telecom) visavam destruir a democracia lá e cá e claro fazê-los perpétuos em seus cargos. Lá e cá, o tiro saiu pela culatra.
Aqui, Dilma dá claros sinais de que veio para governar e não para esquentar a cátedra de Lula e lá, a oposição fez seu papel até minar todas as forças políticas de Sócrates que não teve alternativa a não ser botar a viola no saco e sair de fininho.

Essa demonstração democrática de queda de poder mostra que a guerra não é a única possibilidade para se fazer transições de poder. O que tem ocorrido no oriente médio e no norte da África são exceções dentro da regra máxima da democracia onde a liberdade só tem utilidade e valor quando o poder passa de mãos em mãos e não permanece apenas num único partido ou pior nas mãos de apenas uma pessoa.
Lisboa não dispõem de uma milícia celeste no lugar de seus congressistas, mas, o fato de Sócrates deixar o poder pode em meio ao atual caos permitir que o presidente do Congresso, Cavaco dê novos rumos para a nau portuguesa, pois assim como na obra de Eliseu Visconti onde a Providência guiou Cabral até as terras de Vera Cruz que as terras lusitanas possam ver boas terras a vista neste mar de lama, corrupção e crise econômica.

Ora Pois.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Barack Brazuca

Barack Obama finalmente veio ao Brasil. Barack Obama discursou assim como fez no Egito e na Alemanha. Discurso que para muitos não foi tão histórico quanto o feito no Cairo, mas sim Obama falou e falou para a posteridade.
A visita do maior chefe de Estado sempre causa repercussão. Seja pelas gafes que ora aparecem ou pelos acertos. No caso de Obama foram todos pelos acertos. Obama em sua visita deixou muito claro como serão as relações com o Brasil. Negócios, oportunidades, ganhos e negócios, novamente para deixar tudo claro.
Não era de se esperar por menos, afinal estamos falando do presidente da maior potência mundial - mesmo os esquerdistas torcendo para que a China ocupe tal posto e justamente para que isso não ocorra, Washington fará das tripas coração para recuperar o terreno perdido - em grande parte pelas alianças feitas no governo brasileiro que se encerrou em dezembro de 2010. Lula, foi em grande medida partidário da exclusão comercial que o país sempre teve com os americanos, logo não é de se estranhar que Obama tenha esperado o príncipe da diplomacia, Lula, deixar a cadeira de homem mais poderoso do país - alguns já dizem que esse cargo seja de Eike Batista para dar o ar da graça.

Para Barack Obama, Lula não "é o cara" como muitos erroneamente traduziram a frase de Obama - "That`s my boy".
Obama, em seus encontros com nossa presidente Dilma e com os empresários escolhidos a dedo para ouvi-lo e também serem ouvidos conseguiu atingir praticamente todos os seus objetivos de forma prática e sem ruídos. Vender infra-estrutura e segurança para que o nosso país possa realizar tanto a Copa do Mundo em 2014 como as Olimpíadas em 2016. Bom para eles, melhor para nós.
Os principais pontos da visita de Obama ao Brasil sob a ótica de Brasília eram duas: pleitear a vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU e a liberação de visto para entrada de cidadãos brasileiros nos EUA.
Nem uma, nem outra. Obama não cedeu nestes dois pontos, mas firmou outros quinze acordos, que somente não foram valorizados pela imprensa. Dilma saiu satisfeita com o que conseguiu.
E nesse pacote de acordos está um que se destaca pela importância. A abertura das universidades Americanas em vagas custeadas pelo governo brasileiro para que nossos estudantes de mestrado e doutorado possam se aprimorar nas grandes universidades.
Ponto para Dilma. Ponto para Obama.

Sobre o discurso de Obama para o povo brasileiro, deve-se primeiramente entender que não havia condições de Obama falar em local público - a cinelândia. Falar no teatro municipal foi o melhor dos mundos.
Sem as exigências da diplomacia e dos protocolos que envolvem os discursos políticos, Obama fez um discurso humano, ressaltando que os dois países lá no passado tiveram histórias parecidas: escravidão, independência de suas colônias européias e deixou claro o quanto a corrupção mudou a história brasileira.
Obama também enfatizou esse novo momento de relações com o Brasil e de como ambos podem se beneficiar disto - para desgosto dos esquerdistas de plantão. Como velhos amigos que por algum motivo se distanciam mas depois voltam a se falar, o presidente americano manifestou que ainda existem e que continuarão existindo diferenças entre os países - tanto na esfera comercial quanto política, mas que um novo caminho se abre para que estas diferenças diminuam.

Ao que pode-se ver não é apenas o Cristo Redentor que Obama visitou com a família à noite que está de braços abertos. A Estátua da Liberdade agora passa a nos sorrir de forma mais carinhosa.

Enjoy it.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Mugen no higeki - Tragédia sem fim

Quanto se perdeu na tragédia japonesa em 2011, nunca saberemos demonstrar em contas feitas a frio modo. O Japão, segunda ou terceira maior potência econômica, foi a nocaute com os eventos que se sucederam na semana passada. Um terremoto de magnitude ampla seguido por Tsnunamis devastadores, arruinaram completamente o país.
A contagem dos mortos passará facilmente os dois dígitos. Os valores que serão utilizados para reerguer a nação também são incontáveis, bem como serão os anos para que a vida na terra do sol nascente volte a sua normalidade. Normalidade essa que sempre foi um reflexo de seu padrão tão não-ocidental de viver. 

Nós, brasileiros, não temos um histórico colonial com o Japão, assim como temos com Portugal, mas desde que os japoneses chegaram ao nosso país, descobrimos o quanto somos atrasados. Não apenas na tecnologia ou na industria, mas principalmente na vida cotidiana, na vida como ela é.
Nesse campo, os Japoneses sempre deram de goleada. Os trabalhadores Japoneses que construíram suas vidas na terra do samba, enraizaram aqui algumas notas com seus taikos.
Como somos seres das cavernas diante destes homens que mesmo diante de um cenário de total destruição conseguem manter a temperância. 

Os Japoneses não nos ensinaram apenas a gostar e apreciar um bom peixe cru:

  • Paciência Oriental
  • Organização
  • Métodos aplicados de trabalho
  • Trabalho em grupo
  • Obediência
  • Serenidade
  • União
  • Trabalho, trabalho e mais trabalho - pense no sucesso depois


Esses são apenas algumas das características que podem ser sugeridas quando falamos do quanto os japoneses são capazes de nos ensinar. Mestres, mestres guerreiros, professores samurais. E é com esse espírito de samurais que jamais se entregam na batalha, com esse espírito de que a derrota é mais vergonhosa que a própria morte, que nossos irmãos japoneses irão se levantar da lona e dar a volta por cima como gigantes que são.

À vocês que tanto nos ensinaram e que muito ainda nos ensinarão, estejam com Deus  nesses dias difíceis e injustos, porque aqui do outro lado do mundo vocês samurais feridos, estarão em nossas orações por dias melhores.

Muito Obrigado. Domo Arigatô.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Ensaio sobre a comunicação na democracia

Longe de mim ser Saramago ou McCarthy mas é de ambos que vem a inspiração. Dois, dos melhores ensaístas que já tive a oportunidade de conhecer.

Alexander Graham Bell, jamais imaginou do que o "seu"  telefone seria pai. De uma tal Internet, aquela que pode ser considera a maior de todas as invenções desde o avião - que igualmente revolucionou o mundo dos transportes encolhendo o globo em proporções até então inimagináveis. Bem, até a internet chegar em nossas vidas.
Com ela, vieram as notícias praticamente em tempo real e em diversos formatos: fotos, áudio, vídeo e texto. Com ela, vieram as redes sociais que fizeram as pessoas descobrirem que o mundo é na verdade uma rede, mas uma rede de pessoas, que se ligam ou conectam através da internet.

Graham Bell provavelmente não imaginou isso - nem Julio Verne o fez. Que dirá imaginar a internet como um caminho para expandir, usar e posteriormente usufruir da democracia. Pois é para exato fim que ela tem sido aplicada nesse início de século. Barack Obama, usou e abusou da rede para fins de campanha e vale ressaltar que além de um caminho inovador, a internet mostrou-se eficiente haja vista que Obama foi eleito e sim, a internet angariou votos para o senador de Illinois.
Agora o mundo descobre um outro lado da rede mundial, o lado da unidade. Da unidade de cidadãos prontos para querer se expressar contra regimes totalitários, os quais definitivamente não cabem mais no mapa mundial - no mesmo tom que não cabe mais usar aquele telefone preto da vovó.

O mundo árabe está passando por um processo migratório que vai dos regimes ditatoriais para a boa e velha democracia. Lembram-se do filme "1492 A conquista do Paraíso"? Se alocasse-mos um nome para o nosso ano bem que poderia ser "2011 A conquista da Democracia".
O efeito dominó iniciado na Tunísia, já envolveu outros países da África e não deve parar por aí. Dois ditadores já cairam, o ex da Tunísia e o ex do Egito. Agora, quem está na marca do pênalti são os que se acham donos da Argélia, Marrocos, Bahrein e Líbia. 
Em todos esses países, a internet tem sido uma ferramenta indispensável para unir a população, para a criação dos protestos e principalmente para divulgar ao mundo o que tem ocorrido nestes Estados que usam de cortina de ferro para esconderem a verdade.


Em um mundo globalizado, a comunicação vale tanto quanto oxigênio e é desse cilindro que os povos oprimidos da arábia e áfrica tem usado para manifestar seu descontentamento com os regimes que os controlam, lembrando que até hoje nunca se viu um ditador do bem ou um autocrata com idéias altruístas. A democracia não é usada pela maioria por ser uma moda - ela é o melhor regime que existe, pois todo poder emana do povo que elege seus representantes para que estes governem para o povo - simples como pão na chapa.
Na esfera da democracia ideal ou correta os três poderes trabalham de forma independente um do outro, pois dentre as funções de cada um está a de fiscalizar o que o outro faz - novamente o pãozinho quente.
O que foge a esse regime, não pode de maneira nenhuma conceder liberdade a seus cidadãos, tão quanto conferir transparência nos atos dos poderes. E dentro destes regimes a internet tem tido um peso fundamental para ajudar a alavancar uma revolução real no mundo árabe oprimido desde sempre. Há regimes que caíram nessa onda e que estão prestes a ruim que estavam no mínimo a vinte anos no poder. Kadafi da Líbia está no poder a quarenta anos.


O que ocorre é que há quarenta anos, não havia nem globalização muito menos comunicação veloz feita via internet. Pode parecer utópico, mas as chances hoje de um Estado ser invadido por um ditador, em qualquer continente, é um pouco mais remoto do que era no passado, justamente porque hoje o mundo dispõem de recursos democráticos que antes não existiam.
E falar de comunicação no mérito de revoluções populares implica em falar de jornalismo sério e muito competente que pode-se dizer é o quarto poder em uma esfera democrática, pois se os três poderes fiscalizam-se uns aos outros, a imprensa tem um ponto de destaque por fiscalizar todos.
Os jornais do mundo todo estão acompanhando de perto - o mais perto possível na verdade, o que tem ocorrido no norte da áfrica e já que muitas fronteiras foram fechadas, inclusive em países onde é proibido o exercício da função de jornalista como na Líbia, a população tem enviado via rede mundial, muitas das (desencontradas) informações do grau em que estão as empreitadas.


Nada disso estaria acontecendo se não existisse a internet. Pelo menos não nessa escala tipo Schumacher, muito menos o conhecimento das informações a respeito do que se passa no mundo.
Como dito no título, esse texto busca uma visão ensaísta sobre como a internet simplesmente mudou a vida de todos e consequentemente a forma como organizamos nossa políticas, que em um mundo conectado por cabos e satélites pede um mundo mais democrático e transparente.


Santa Internet .

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O despertar do dragão

Habitualmente, os cem primeiros dias de governo, são primeiramente uma lua-de-mel estentedida e também é uma forma de mostrar qual será o tom do governo nos próximos anos. É praticamente um trailer do longa que se desdobra no horizonte.

Dilma, diferentemente de Luiz Inácio, pouco tem aparecido nas telas. Era realmente de se esperar uma conduta menos espalhafatosa, afinal não é o estilo Rousseff sair dando pitaco sobre tudo para qualquer gravador ou microfone que apareça. Nesse começo de caminhada, Dilma foi testada nas casas legislativas quanto ao valor do salário mínimo - micro, para dizer a verdade, distribuiu ao estilo PT os ministérios, os cargos de comando nas estatais e também abençoou a turma do fundão - o segundo e terceiro escalão do governo federal. Também já encarou a sua primeira tragédia de comoção nacional, com as tempestades, enchentes e desmoronamentos que dessa vez ocorreram na região serrana do Rio de Janeiro.
Até o presente momento nada demais. Com um detalhe que têm fugido dos olhares mais atentos - um probleminha chamado Inflação. A Organização das Nações Unidas já avisou. Os alimentos no mundo todo tiveram um aumento médio de 15%. Aqui em terras tropicais não foi diferente, pois os alimentos foram os grandes vilões juntamente com os materiais de construção e os aluguéis, sendo este último item, um acelerador da (possível) bolha inflacionária.


Guido Mantega - que se considera um grande economista e diga-se apenas ele para achar isso dele mesmo, não tem conseguido dar conta do recado desde a extinta era "nunca antes nesse país". Brincar com a taxa de juros e queimar as reservas cambiais não resolvem o problema de inflação - da mesma forma que ninguém resolve um problema de matemática usando gramática.
E está ai o dragão, ainda sonolento, abrindo os olhos, bocejando e se espreguiçando. Ele já acordou, para dar início ao voo e começar a cuspir fogo é apenas uma questão de tempo e se Dona Dilma e companhia não tomarem os caminhos corretos, vão botar a perder todos os alicerces construídos na era FHC e que tiveram um início de solapamento na gestão do quatro dedos, que gastou, gastou e gastou - Ninguém anuncia um corte de 50 bilhões assim, por motivo sem gravidade aparente.


Dilma, economista de formação viu que o espetáculo do crescimento - que aconteceu apenas no imaginário petista, corroeu nossa guarda anti-inflação. Sair dando crédito para tudo e para todos a torto e a direita ou melhor esquerda, teve reflexo agora. E para que o reflexo não seja algo no estilo "retrato de Dorian Gray", a senhora "presidenta" (que palavrinha como diria Mario Prata) vai ter que rebolar e muito, afinal é de conhecimento de todos que um dos fatores que mais segura presidente no cargo são os bons ventos da economia - Lula com seus (mentirosos) recordes de popularidade sabe muito bem disso.


Aguardemos pois para ver os desdobramentos disto. Ou o dragão será congelado novamente ou sairá em voo rasante destruindo primeiramente nossa economia e segundamente os devaneios e projetos petistas de se manter no poder para todo o sempre. (nesse caso o dragão pode acordar e bater asas e cuspir labaredas e mais labaredas, mas só nesse caso).

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Norte da África 800 graus


A democracia é a melhor forma de experiência que nós já experimentamos. As palavras de Churchill mostram a complexidade da nossa história política. Alguns poderiam dizer que a melhor na verdade é o sexo e isso talvez fosse um pensamento de Freud, mas não é. Mas é verdade que o bom sexo é excepcionalmente democrático. Talvez o ex-primeiro e um dos mais importantes Ministros que o Reino Unido teve, tenha dito isso após uma boa noite a dois ou se fosse o atual premier Italiano, a três, quatro e lá vai orgia noite adentro.

Noite que não tem mais fim, descanso e muito menos sexo, nas ruas das principais cidades do Egito, Tunísia e agora a Argélia. Para completar o mapa, só falta o Marrocos e a Libia se rebelarem. O motivo ? Falta de sexo ? Não necessariamente, mas falta de democracia.
A África sempre foi um barril de pólvora, um canto esquecido do mundo, onde os olhos dos democratas nunca tiveram tempo para piscar o que deixou espaço suficiente para que ditadores seculares dos mais cruéis e desumanos fizessem sexo na posição que bem lhes desse na telha e com quem achassem melhor. Esse continente tão dúbio, lindo e rico em sua natureza, mas miserável em matéria de raça humana e vida pode ser dividido em três partes: A áfrica inglesa, no sul do continente, que abriga o mais rico e importante pais, a África do Sul, Botsuana, Namíbia (a única ex-colonia Alemã), Moçambique e a maça podre, o Zimbábue, do dinossauro Robert Mugabe e da maior inflação do mundo.

Mapa acima, temos a pior parte do continente, a chamada África negra. Um dos locais mais pobres, violentos e não democráticos do mundo. Nigéria (do petróleo cor de sangue), Etiópia (dos piratas modernos), Zaire, Congo (do todo poderoso Mazembe Futebol Clube), Ruanda (do maior genocídio pós segunda guerra), todos países esquecidos pelo mundo.
Deserto do Saara acima, temos a terceira parte, a chamada África árabe, um pedaço que as vezes é mais oriente médio, as vezes é África mesmo. E é nessa parte do mundo em que a temperatura chegou na casa dos oitocentos graus, nesse janeiro mais do que histórico para a história africana. (perdoem a redundância)

Berço de um dos principais impérios do passado, e de boa parte da história registrada pelo homem, inclusive com ricos relatos na bíblia, o Egito hoje vive um  momento único. As mesmas areias que viram Cleópatra, Júlio Cesar, Marco Antonio e a própria família de Jesus se refugiar das garras do Rei Herodes, vêem hoje sua população lutar contra as garras de outro ditador. Nem mesmo os hebreus fizeram tanto barulho por lá durante a escravidão.

Mubarak, autocrata há apenas três décadas, conseguiu convencer o povo com sua política bismarquiana do bem- estar social. Dê ao povo o que ele quer e ele não incomodará. Mas o remédio anti-democracia não surtiu mais efeito nesta atual geração que vive sem bons empregos e bons estudos. A economia egípicia, hoje vive do petróleo e do turismo e isso pesou e muito na parca dieta desses jovens que diferentemente de seus pais, conhecem o poder da palavra, da união e principalmente da rede mundial de computadores.
O ditador tunisiano Ben Ali foi o primeiro a cair. E nem se deu ao trabalho de tentar se levantar. Fugido para a Arábia Saudita, deixou o povo falando sozinho e assim abriu as portas para um início do processo de transição entre ditadura e democracia. Menos mau.
Já no Egito, o processo é  bem mais penoso, pois o país é o mais importante da região. Tem o maior e mais preparado exército dos arredores, e como já dito anteriormente, tem ouro negro, o que vem bem a calhar para o grande irmão, os Estados Unidos, que como é sabido, fechou os olhos para a ditadura e sempre se fez presente em negociações bilaterais com o pessoal dos camelos e das pirâmides.
Se a esfinge teve o nariz arrebentado pelo exército de Napoleão, Mubarak teve seus planos destroçados primeiramente pela bagunça feita na vizinha Tunísia e segundamente pela própria população que assim como Barack Obama em campanha eleitoral disse “sim, nós podemos”, também perceberam que uma ditadura não cabe mais nos cartões postais do Cairo.

Mubarak renunciou, fugiu assim como seu vizinho e agora o poder está nas mãos do exército, que prometeu um regime de transição, assegurando que as eleições ocorrerão num prazo de seis meses e aqui cabe um ponto importante. Deve-se observar com muito cuidado esse regime transitório, pois, sabemos que muitos destes regimes, instalaram-se na África e nunca mais saíram do poder. Mubarak, havia tentado dar garantias de que nem ele nem seu filho concorreriam nas eleições que devem ocorrer em setembro. Acreditar nisso é tão utópico quanto os faraós acreditavam que teriam suas riquezas no pós vida se fossem enterrados juntos – estes se mostraram errados. Os protestos que já estavam em níveis violentos, não cessariam enquanto o ditador continuassem no poder. Destituir o gabinete e “contratar” de última hora um vice-presidente para chamar de seu, não chega nem de longe, muito menos de perto a ser um ato democrático – até porque o vice é um general, e nós aqui em terras tapuias sabemos muito bem qual é o resultado da mistura exército/política.

Dando razão para o efeito dominó que apareceu no norte do continente, agora quem está fazendo barulho pró-democracia são os argelinos, com exceção de Zinedine Zidane. A história da Argélia, não é muito diferente dos seus vizinhos. País pobre, meio áfrica meio árabe e com ditador a anos no poder, os argelinos estão aproveitando a tempestade de areia que está  varrendo o norte do deserto do Saara para se abrir para os caminhos democráticos, assim como fez Moisés ao abrir o mar vermelho.

Discutir se sexo é algo bom, é tão inútil quanto tentar enxugar gelo, é bom, quando é feito com amor, respeito e com direito a uma sacanhagenzinha, afinal a carne é fraca, mas somente se todos esses detalhes forem compartilhados por todos na relação, afinal quando um não quer dois não brigam, ou não transam. Sexo forçado nada mais é do que crime, autocracia também, pois não existe autocrata do bem. Ou vive-se em uma democracia ou em uma ditadura, não existe uma terceira via.

E esse pensamento político sexual, só pode acontecer em cabeças livres, livres para pensar e se expressar. Coisa que as ditaduras nunca permitiram. Nem pensar, nem se expressar e muito menos amar.

sábado, 29 de janeiro de 2011

A falta do Estado da União

Inspirado pela análise feita pelo Ernesto Varela, digo por Marcelo Taz, em seu blog, sobre o grande passo democrático que é o discurso do "estado da união" nas terras do basquete e do queijo cheddar, que aconteceu essa semana - assim como acontece todo início de ano, desde que o povo americano sabe o que é um automóvel, este blog se põem a pensar sobre o estado da nossa união, aquela das terras do futebol e do queijo minas.
Querer comparar a solidez democrática que são os EUA com a gelatinosa ditadura branca do Brasil é piada de muito mau gosto a qual não devemos nos atrever. Nunca na história como dizia o fascista light Lula, o presidente do país fora convidado pelo congresso para expressar a atual situação das coisas. Se estamos, bem, mau, se tudo vai dar certo ou se não sairemos mais da UTI ou como disse o professor Tiburcio, digo, Marcelo Taz, de onde viemos, para onde vamos.

O ponto no caso, é a falta de transparência que existe entre as duas principais casas da nossa nação sem união. O Executivo anda de forma independente do Legislativo, que por sua vez, manobra de forma idêntica. Noves fora as exigências fiscais criadas pela lei de FH, os vizinhos mau se cumprimentam no portão. Daí uma das grandes diferenças para nossos amigos do norte. Lá, a ida do presidente até o congresso mostra que a principal função do Legislativo é muito bem cumprida - a de ficar de olho no que o todo poderoso presidente faz. Simples como pão na chapa.
Bem, aí podemos somar dois com dois para fazer quatro. Se, não temos nenhum Obama, nenhum Kennedy, nenhum Clinton nas nossas casas de poder tapúia, afinal temos a Dilma, o Sarney, o Collor, o Maluf, também não devemos querer ter nenhum Allan Greenspan, já que temos o Mantega. Eu disse Mantega e não manteiga, prestem atenção, mas até agora não conseguiu-se distinguir a lisura de ambos.
E cá entramos no olho do furacão da falta do estado da união. Lá, assim como não é c á, o presidente do FED (Federal Reserve, na sigla em inglês) o banco central americano, também vai até a casa do povo, para dar suas explicações sobre como anda o bolso dos bebedores de coca. Ok, o Mantega é o minstro da fazenda e não presidente do BC, mas guardadas as proporções, as distintas funções entre brasileiros e americanos, tem o mesmo peso.

Pelas bandas de cá, onde bebe-se guaraná, nenhum desse procedimentos explicitamente democráticos ocorre e o que temos é um país onde o obscuro faz presença em nosso cotidiano. O mais novo exemplo disso é o resultado dado pelo FMI sobre as contas públicas brasileiras, que crescem como nunca antes na história, graças é claro a toda essa falta de fiscalização por parte do congresso sobre o palácio do planalto. Para ajudar a enveredar a situação, o ministro Guido Mantega, que nunca foi o que pensa ser - um grande economista, explicou que os comentários feitos pelo Fundo Monetário, foram feitos por "um velho ortodoxo que se distraiu e escreveu isso". Em um país onde o estado da união é base para a democracia, o ministro teria sido expulso de campo sem choro nem vela.
As contas do governo, a famosa austeridade fiscal, está passando por um momento crítico, uma inflação particularmente desagradável que pode vir a refletir na vida do brasileiro comum e simplesmente o que o ministro da fazenda faz é dizer que o FMI, ultrapassado em seus métodos de análise está errado sobre nossa saúde fiscal.
A falta do estado da união, pesa e muito sobre o ritmo da regência que os maestros nos dão, afinal a economia é a batuta do maestro, é ela que dá o tom da música, é aos movimentos da batuta que todos os outros instrumentos se guiam afinal como disse um assessor de Bill Clinton na campanha presidencial de 92, "é a economia, estúpido". Se ela vai mau, baubau, tudo vai mau.

Logo, devemos prestar atenção nos próximos capítulos dessa história, pois os números, que são irrefutáveis, mostram que temos tudo para que 2011 seja um ano particularmente preocupante no âmbito econômico, principalmente por termos na regência o mastro/ministro estúpido Guido Mantega, aquele que junto com outros não permite nosso Estado ter uma União.