sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Do preço da palhaçada

"Raramente começa a corrupção pelo povo" disse Montesquieu, mas no nosso caso, bem como em países onde a Justiça não trabalha em prol da democracia, a corrupção nada mais é do que o reflexo da vontade do povo, dos resultados das urnas, que em uma democracia é preceito básico para que ela mesma exista.
Existe o juiz, a bola, o gramado, o estádio, a torcida, os jogadores e a imprensa - mas não existem as regras. Aliás, até existem, mas não colam para jogadores que ganham salários astronômicos. Mesmo que a torcida grite: é pênalti, o juiz não marca. Mas nesse caso, a torcida não grita nada. A imprensa finge que não é com ela, mas todos continuam indo e lotando os estádios.

Pão e circo para o povo. Bolsa Família e o futebol global de domingos e quartas. Do império Romano para cá, parece que não evoluímos muito em matéria de política a mais nobre das artes humanas. Com isso, tem se um povo que não gosta do assunto o que deixa as portas abertas para aqueles que não só não gostam como também sabem usar de má fé para orquestrar o samba enredo. Ah no caso dessas portas - são as do inferno que estão escancaradas.
O Brasil juntamente com a Alemanha, são os países que mais se paga impostos. E é sozinho no topo da lista o país que tem os congressistas mais perdulários. Nem a Suécia tem um montante desses.


Essa semana os congressistas aumentaram mais uma vez seus próprios salários e agora vão receber algo em torno de vinte e seis mil reais por mês, apenas de salário, sem levar em conta todas as mordomias que o intocáveis tem. Para o povo resta um salário mínimo de menos de seiscentos reais.
Para fechar as notícias com a mais podre das chaves, Paulo Maluf deputado federal eleito por São Paulo, teve a ficha suja jogada no lixo e assim pôde tranquilamente ser diplomado para mais quatro anos de total roubalheira. E quem pagará por todas essas contas ? O bom e velho povo como continua pagando ingresso para o jogo, entende-se gosta do espetáculo que vê, independente do resultado do placar.
Lula e seus comparsas de esquerda, adotaram uma retórica que pegou como a última moda do verão - que a elite dominante do país (a direita) nunca havia feito nada pelo povo. Mas com ele a coisa foi bem diferente. Mentira. Simples assim. Lula deixa o governo de forma oficial, mas também deixa rombos e rombos dos oito anos de banquetes dados para seus amigos. Dilma já deve ter visto o extrato da festa e deve estar amargamente arrependida de agora ter que tapar os buracos. Não que ela não faça parte dos festejos, mas agora a coroa está em sua cabeça.


Nesse reinado onde o papel de bobo é claramente dado ao povo, só nos resta esperar o fim dos tempos medievais para entrarmos quem sabe um dia na era das nações democráticas, onde uma tal de justiça não só não tarda com também não falha. Bem, pode até falhar e tardar, mas pelo menos existe.


Bom Natal a todos. 

sábado, 18 de dezembro de 2010

Horrorfobia

Por esses dias, tem se visto agressões e mais agressões a gays na Paulista. A Paulista, justo ela, que é um símbolo para os gays. Um símbolo da liberdade. Liberdade mentirosa, que liberta apenas por um dia.
Esses ataques a homossexuais (que palavrinha como diria Mario Prata), mostram apenas uma coisa: Não houve mudança. Os gays não conquistaram nada. Os direitos preteridos pelos gays são os direitos de serem iguais aos demais. Simplesmente por que o são. O que se faz na cama entre quatro paredes não pode ser motivo para levar uma "lampadada" no rosto, ou um murro provido por uma arma branca - o soco inglês. A liberdade da maioria não é atacada quando em apenas um dia do ano, os gays saem as ruas (no caso Paulista, na Paulista) para celebrar seu orgulho, ela é atacada quando uma minoria é veementemente aniquilada. Sempre foi assim, sempre será, basta olhar para trás para se entender o presente.


A democracia não foi feita para os santos, como bem disseram os autores de "O Federalista", grosso modo ela é a vontade da maioria do povo. Mas a democracia tem um ponto fundamental em sua ideologia. Embora seja a vontade da maioria, ela defende igualmente a minoria - caso contrário seria um regime totalitário. E nesse aspecto, exterminar pessoas, pelo simples fato de elas gostarem de alguém do mesmo sexo, não é nada democrático. Aliás, no Brasil isso não está implícito, mas sim explícito. Homofobia é crime, tanto quanto sequestrar, estuprar ou vender cocaína. 
Coloquemos a atual situação da seguinte maneira. Se ao invés de gays sendo atacados na Paulista, tivessem sido mulheres estupradas? Ou então se jovens ricos tivessem sido sequestrados? A de se explicar e principalmente entender que o blog e o texto não estão fazendo apologia a esse tipo de crime, mas dando uma visão diferente de liberdade e por consequência, do preconceito que existe em torno de diferentes situações. Para cada caso, uma sentença diferente.
O estardalhaço que a sociedade teria feito seria bem mais gritante. Coisa de Jornal Nacional dedicar uma noite inteira para argumentar que vivemos em uma sociedade, não de poetas mortos, mas sim de monstros.


Harvey Milk e Gui Tronolone, são bons exemplos de defensores do bom combate contra a homofobia. Milk foi o primeiro gay na história americana a conquistar um cargo eletivo. Tronolone, na opinão do blog e do texto um dia também será. O que eles tem em comum? O fato de serem gays? Pelo menos sob uma primeira ótica não. O que eles tem em comum é a vontade de construir uma sociedade que aceita os gays, assim como se aceita tudo o mais que é colocado na gaveta de "diferente".
Essa etiqueta não pode ser usada para que animais ataquem as pessoas. Ataque que é se não apoiado abertamente por certos setores da sociedade, é aceitável de forma não oficial. Ou vamos agora dizer que os pastores e padres ficaram tristes e horrorizados com a pancadaria? No mínimo acharam até bom, afinal os gays são para estes, a escória do mundo. Ser gay não significa em nenhum momento não ser uma pessoa de fé.


Mas, voltando ao cerne da questão: A liberdade colorida. A liberdade constitucional de ir e vir de todo e qualquer cidadão, nos dias atuais, apenas os gays não a tem. 
Os gays, em uma interessante parcela, ricos, também são em uma interessante parcela, discretos, logo não querem exposição. E quando as pessoas de bem se calam, as demais podem dizer e fazer o que bem lhe vier na telha.
Panos de prato (um termo tronolinista) são a minoria da população gay. Eles tem mais destaque pois estão na mídia, mas não representam nem de longe a massa gay muito menos seus anseios e vontades. Que dirá as suas aspirações por liberdade e igualdade.


A homofobia é o terror explícito de dias em que a comunidade gay, navegou, navegou, mas não viu um porto seguro para ancorar. Homofobia é o nojo aos gays, é um ódio irracional e uma mostra de intolerância, não contra gays, mas contra humanos.
A horrorfobia é o medo desse terror. Horrorfobia é o nojo da sociedade contra os homofóbicos.
Abaixo a homofobia e viva a horrorfobia.



domingo, 5 de dezembro de 2010

Tio Sam na ativa

Essa semana, o mundo foi bombardeado mais uma vez pelo WikiLeaks: "órgão sueco que publica, em seu site, posts de fontes anônimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis." conforme indica o outro Wiki - o Wikipédia. E o grande irmão, esteve envolvido em apenas 99,99% dos casos relatados pelo Leaks. De tudo um pouco e do pouco quase tudo, a diplomacia americana não tem brincado em serviço, muito menos dormido no ponto, para os burocratas de Washington não há tempo ruim, não existe crise financeira mundial que os pare.
Desde  as guerras no Afeganistão e Iraque, passando pelo urânio em países como Irã e Coréia do Norte. Até que os bebedores de coca-cola aportaram no Brasil. Do relatório da Embaixada Americana em Brasília saíram conversas muito capitalistas  e também capciosas. Após o apagão de 2009, os Yankes se botaram em alerta máximo, para avisar o Tio Sam de que "haviam boas possibilidades no Brasil." 

A nossa falta de estrutura e de segurança nos setores energético e de infra-estrutura teriam sido vistos com bons olhos para que os Estados Unidos entrassem em contato com Brasília para tapar esses buracos - traduzindo, vender a estrutura que tanto nos falta, especificamente por causa de duas palavras: Copa e Olimpíadas.
O Brasil é a boa da vez. O Brasil é o país do futuro, como diria Renato Russo. Os dois maiores eventos esportivos e lucrativos do mundo terão hora e vez na terra do samba e da bossa. E para que ambos eventos não acabem em uma palavra que rima com a bossa, o mundo inteiro está de olho na capacidade e principalmente na execução dos planejamentos sugeridos, afinal fazer maquete e lobby é fácil, fazer uma copa e em seguida uma olimpíada nem tanto.

Existe uma desconfiança mundial sobre a capacidade do Brasil para dar conta dos recados.

A ver:

  • A falta de infra-estrutura como portos, aeroportos (principalmente), redes hoteleiras e estradas.
  • A violência: se para nós tudo o que acontece já faz parte do cotidiano, para outros países é caso de intervenção das forças armadas
  • A corrupção que fará de algumas pessoas ligadas aos eventos lucrarem e muito e no caso Brasileiro na cara dura.
  • Casos como o apagão de 2009 que podem voltar a se repetir
  • A obras destinadas aos eventos como os estádios que ainda estão em fase inicial

Para o Tio Sam a conta, como toda conta, é simples: Temos o terreno, mas não temos nem cimento e nem aço.
Os Estados Unidos não se tornaram a maior potência mundial desde o início do século XX, por terem olhos bonitos. Eles praticamente criaram o capitalismo e com ele o liberalismo, o empreendedorismo e até o terrorismo. Logo, investir e de forma pesada em nações que não tem o mesmo fôlego financeiro é na verdade o maior produto tipo exportação que eles tem. Foi assim na  África, na América Latina e na Ásia e o será no Brasil dos grandes eventos esportivos. 
Não é nenhum crime tal atitude, o que acontece no caso, é que a notícia teria saído de uma instituição que habitualmente mostra o rabo preso dos outros. Que parcerias entre países, existem, todos sabem - e é bom que existam mesmo, afinal a raça é uma só, mas vindo da fonte que veio dá margem para entendimentos sombrios. O Brasil, para dar vazão a todos esses futuros eventos vai precisar sim do auxílio de outras nações. um bom e recente exemplo de negócios entre nações envolveu a França e o Brasil na história da compra dos aviões de guerra.


Noves fora, ou seja, além do episódio que envolve as oportunidades canárias, o WikiLeaks mostra que os Estados Unidos ainda interpretam o papel de "Big Brother", aquele que tudo vê e a todos controla. A China tem tido picos e picos super-econômicos que a fazem ser hoje a segunda maior economia do mundo, alguns dizem que daqui pra frente o grande dragão vai engolir a águia da liberdade. Mas números econômicos a parte, a China está muito longe de tomar o primeiro lugar. Um dos  porquês é justamente a articulação diplomática e especialmente democrática que o Tio Sam tem. 

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Camisola do Papa

Suceder o Papa João Paulo II, não seria missão fácil para ninguém, mesmo para um teólogo brilhante, inclinado a manter as tradições e as idéias da Igreja como o Cardeal e braço direito do mesmo João Paulo, Joseph Ratzinger. O Cardeal muitas vezes foi fiel defensor de todas as idéias morais, políticas e consequentemente teológicas da Igreja. Quando eleito Papa, a revista VEJA trouxe-o na capa com o título de " A Igreja congelada" - afinal não era nenhuma novidade as idéias centristas e até antiquadas que o então Cardeal Ratzinger - prefeito para a Congregação da Doutrina da Fé, exercia publicamente.

Aqui cabe uma breve análise: Ratzinger, foi o único cardeal com possibilidade de eleição que não havia sido sagrado cardeal pelo atual Papa, João Paulo II. Ambos já haviam sido amigos de vida cardenalícia inclusive na eleição que escolheu Dom Karol para o pontificado.
Segundamente, Ratzinger, pela formação teológica e católica, exercia no pontificado de João Paulo II, um papel fundamental para a Igreja: era o prefeito para congregação da doutrina da Fé. Traduzindo para o bom português: O Vaticano, sede da Igreja Católica Apostólica Romana, é considerado um Estado, ou seja, possuí uma estrutura administrativa identica a Alemanha, Inglaterra ou o Brasil - tem ministérios (as prefeituras das congregações) e tem os três poderes isolados (judiciário, executivo e legislativo) no caso todos os três estão centrados na figura do Papa, que vale lembrar é o único monarca absolutista que existe no Ocidente. Sendo o mesmo, Cardeal e prefeito (ministro) de um dos mais importantes segmentos da Igreja - na hierarquia do Vaticano a congregação para a doutrina da Fé, é a mais importante - era o mais natural a sua postura de "parede de chumbo" a favor das idéias já concebidas pela Igreja e também não seria de se espantar ter o mesmo fervor contra as idéias que a Igreja não aceita ou acredita - e em alguns casos a pauta já está ultrapassada para as idéias mediavais da Igreja.

Dado tal cenário, o hoje, Papa Bento XVI, teve acertos e erros em seu pontificado até o presente momento. Afinal, assim como seu patrício Nietzche, somos "humanos demasiado humanos" - logo estamos propensos a erros e acertos. Sim, mas isso dado numa vida papal gera tempestades e bonanças maiores do que para os demais mortais. Se uma ovelha erra, ela tem o perdão do Pastor. Mas e se o Pastoreio comete uma discrepância ? 


O fato atual considera a seguinte situação: O Papa, ao comentar para a mídia partes de textos de um livro que será publicado por ele, disse que liberou para o uso preservativos em caso de risco de contágio de HIV, em se tratando de atos ocorridos com prostitutas ou homens homossexuais (que palavrinha como diria Mario Prata), ponto, mas não o ponto final da história. Ao "liberar" com todas as aspas possíveis, o uso da camisinha, o Papa deu um tiro no pé, simplesmente porque o texto menciona deliberadamente a prostituição. Logo, se percebermos o contexto, moral e principalmente teológico, o tiro saiu bem no prada vermelho que vossa santidade ostenta. É, como um pianista que tem aulas de Mozart, mas no dia do teste cai Choppin.


A Igreja se abrir para as pautas modernas que transitam por uma sociedade cada dia mais modernizada e menos religiosa, é um dia esperado por todos. Viva o dia em que o Vaticano se abrir para o mundo. Mas não dessa forma.
Não adianta mexer no escapamento, se o problema for nos pneus. Vai andar, mas vai continuar fazendo barulho. Primeiramente: Se, a Igreja almeja liberar o uso da camisinha, ela deve fazer isso por inteiro e não por "faixa etária" do pecado, como foram as argumentações do Papa.
Segundamente: Ao liberar o uso de um método contraceptivo, a Igreja mexe diretamente no Catecismo da Igreja, afinal a Santa Sé libera o ato sexual apenas para procriação.


Mas, assim como Nietzche disse que somos humanos, demasiado humanos, ele também disse que sem música, a vida seria um erro. Sem nós humanos com nossos erros e acertos, a vida também seria um grande erro. E há poucos no mundo que entendem tanto de ambos assuntos, como o próprio Papa.
Liberar o uso da camisinha para os gays e prostitutas é apenas o começo da modernização da Igreja.  Modernização que é tantas vezes pedida pelas ovelhas e pela sociedade em geral. 
Cabe aqui o pensamento de que modernizar não é pecar. Seguir as sagradas Escrituras e a Tradição (duas pernas da Igreja) significa estar com os pensamentos e as atitudes no tempo certo, bem como disse Paulo, o Apóstolo (diga-se o preferido deste que escreve).
E tal, como o apóstolo, torça-mos para que a Igreja desbrave o mundo, sempre defendendo o bom combate.

sábado, 27 de novembro de 2010

Tropa de Elite ao Vivo


As imagens falam por si. Tanques nas ruas dos bairros e nas principais avenidas da cidade. Iraque, Afeganistão, Paquistão, Cuba ? Não, nada disso. É o Rio de Janeiro mesmo, sem a máscara da "cidade maravilhosa". Algo apertou. Alguém gritou, alguns deixaram de receber no super-esquema de corrupção que envolve todos na cidade das curvas perfeitas. Deu no que deu. Os bandidos que andavam na linha - só roubavam, sequestravam e vendia drogas e armas nos morros, desceram para o asfalto para reivindicar algo. Atear fogo em ônibus não é novidade para bandido nenhum, saber que existe algo muito maior nos conflitos que ocorreram essa semana também.
A polícia sabia que sozinha não daria conta do recado - afinal é uma engrenagem no sistema sujo. O Bope foi acionado, mas seu contigente é pequeno. Vieram os Federais, aqueles que durante o governo Lula foram os responsáveis por manter a democracia de pé - manca, mas em pé. Também não foram o suficiente. E eis que alguém finalmente descobriu que a cabeça serve para pensar e não apenas para separar as orelhas.  Alô ? É das Forças Armadas ? Tem como dar uma forcinha numa mudança que estamos fazendo aqui no Rio ?

O clima de que a mudança está historicamente ocorrendo é válido. As policias, sim no plural, estão pela primeira vez atuando em um tripé que qualquer time gostaria de ter em sua artilharia: Municipal, Estadual e Federal. Só faltou chamar o Jack Bauer ou o Frank Ottobre. E numa guerra nada como ter o equipamento e a estrutura correta para se lutar de igual para igual. Daí a vinda dos tanques e da polícia do Exército - que o presidente Lula tão generosamente autorizou a liberação. Um príncipe esse Lula !!!

Perfeito. A Vila do Cruzeiro já foi. A fuga desesperada dos bandido mato a dentro é algo para se contar para os netos daqui a alguns anos. Agora, vem o complexo do Alemão. Tadido desse comedor de chucrute. Vai estar azedo.

Mas o problema maior não pára ai. Como ficam os outros responsáveis pela bagunça ? O Governo é co-autor de tudo o que está acontecendo. Passivo como sempre por anos e anos, deixou a bandidagem tomar conta de todos os morros e viu os mesmos criaram um poder paralelo a todos os poderes que existem - inclusive o deles. Sérgio Cabral e Eduardo Paes, são tão bandidos quanto os que saíram correndo da Vila Cruzeiro. A diferença é que usam terno e andam em carros blindados. Mas o que há por dentro é tão podre quanto o há dentro de qualquer traficante que usa havaianas e bermuda jeans sem camiseta. O Poder oficial (o Executivo, Legislativo e Judiciário) deveriam ser responsabilizados por toda essa onda de violência que tomou conta das ruas das cidade maravilhosa. Eles sabiam quem, quando e como as coisas iriam se dar essa semana. Não há dúvida de que alguém lá dentro do poder oficial, deixou de pagar merenda para alguém do poder informal (os bandidos e traficantes).
Ora, por qual outro motivo eles desceriam para o asfalto para tocar terror ? Poderiam ter feito isso há tanto tempo.
E é aqui que a imprensa e os promotores de boa alma devem se engajar. Os bairros dito como nobres não sofreram ataque algum. Os ricos estão a salvo. Os mandantes da cidade (o prefeito e o governador) também. Na nossa infeliz realidade afegã, o barulho vai parar no morro do Alemão e por lá vai ficar. Seria de bom tom aproveitar todo esse contigente de policiais nas ruas para invadir o Palácio da Guanabara e a prefeitura do Rio, para botar esses bandidos do colarinho branco para correr. 

O Sistema só cai se for de cima para baixo. Foi assim na Revolução Francesa. O primeiro ato revolucionário foi prender Luis XVI. Prender esses mandantes pop do crime organizado oficial seria um tiro no avo. Seria quebrar com todas as grandes peças dessa engrenagem chamada sistema de corrupção. 

domingo, 17 de outubro de 2010

Liberdade, liberdade


Quando a alma grita até o silêncio escuta. Quando a liberdade é sufocada seu gemido é percebido até na via Láctea. Essas semanas que se passaram foram de um calor e um fervor históricos em nome da liberdade. Palavra tão complicada quanto amor, a liberdade é igualmente usada em muitos sentidos. Do político ao usual, a liberdade é empregada em diversas circunstâncias e aqui cabem duas: O Chinês Liu Xiaobo, preso por se manifestar a favor da democracia e os trinta e três chilenos mineiros presos por uma explosão no local de trabalho. Trinta e quatro almas que deram ao mundo as mais recentes e verdadeiras lições de liberdade ou ao menos da luta por ela. 


Quando os mineiros foram soterrados, acreditou-se que estavam mortos e essa dúvida foi apagada apenas dezessete dias depois que uma sonda captou sons vindo do local onde deveriam em tese haver apenas corpos. Da mesma forma, ao ser preso em 2008, Liu teve digamos assim, o seu soterramento, que uma sonda chamada Nobel da Paz veio mostrar que ele ainda está vivo e que sua boa luta em prol da liberdade e da democracia não foram obras apagadas pelo tempo.
Em um mundo onde muitas e muitas vezes os políticos que estão no poder usam e abusam das manobras para tentar destruir as forças democráticas, principalmente os líderes latinos e africanos, essas duas histórias servem de exemplo para como já dito,  manifestar as expressões do que representa a liberdade e qual a força que estas expressões tem.


Fez-se história. Nada mais, nada menos. Principalmente quando os trinta e três mineiros foram localizados vivos e resgatados vivos e sem ferimentos. Fez-se história ao premiar um ativista político que está encarcerado em alguma prisão imundo na China, que nunca conseguiu enganar o mundo tentando se passar por um país com alma democrática - bancar uma olimpíada não é sinal de boa índole, a Alemanha de Hitler já havia tentado esse caminho, simplesmente porque a democracia e a liberdade são maiores do que pose, são maiores do que imagens.


A esses dois fatos, um encerrado, já que os mineiros saíram da mina para entrar para a história e tendo o outro em andamento, pode-se resumir ou ao menos sentir a maior das expressões que a liberdade tem:


Humanidade.



domingo, 26 de setembro de 2010

Amigo Oculto

"Nada melhor do que descobrir um inimigo, preparar a vingança e depois ir dormir tranquilo" disse Stalin. José Dirceu, pensa o mesmo. No caso, o inimigo são a imprensa, a democracia e a justiça. A vingança será a eleição de Dilma para presidente e a partir daí, ninguém mais poderá ir dormir tranquilamente.
José Dirceu representa a ala de extrema esquerda dentro de um partido de esquerda que é o PT. Dirceu sempre almejou o poder, desde jovem nunca escondeu isso - da mesma forma que nunca escondeu as suas vontades soviéticas. Agora, passado os apuros do Mensalão, e com Dilma liderando as pesquisas para a presidência, Dirceu surge novamente no cenário tapuia, da mesma forma desagradável que aquele parente aparece para pedir dinheiro emprestado.

No episódio do Mensalão, obra do arquiteto Dirceu, o tiro saiu pela culatra. Roberto Jeferson, achou que estava levando pouco - pediu mais, ganhou um não e aí pôs a boca no mundo - o que tirou José Dirceu da Casa Civil e consequentemente da corrida presidencial. Mas não tirou o poder das mãos do já todo poderoso José Dirceu. Ele, continuou mandando nos dois mandatos de Lula, só que atrás das cortinas atuando diretamente nas decisões do planalto e nos estados onde o PT venceu.
Dirceu, apareceu novamente da forma mais bombástica possível - em uma reunião com sindicalistas petroleiros na bahia que acreditava ele ser uma reunião fechadíssima estava na platéia um jornalista - para felicidade geral da nação que claro meteu a caneta nas palavras do líder esquerdopata. O resultado foi como jogar pedra em vespeiro e todo mundo chiou para os absurdos ditos por alguém que deixou claro para que veio ao poder, que sabe muito bem o que fará em Brasília, quando Dilma for eleita - o que aparentemente irá se concretizar. No seus discurso foram expostos um a um os inimigos nada invisíveis dos planos soviéticos, fidelistas e bolivarianos que Dirceu tem para o PT no poder. Destruir a imprensa, a justiça e a liberdade - nada menos do que isso.

Seus planos ganham força a partir do momento em que as duas casas Legislatórias (Senado e Câmara) devem ser renovadas com grande parte de parlamentares petistas e peemedebistas o que deixará o Brasil a um passo de ser a nova Venezuela, aquela que em vista grossa é um país democrático. Foi assim sob o comando de Chavez. Será assim sob o comando de Dilma e Dirceu. A diferença a agora é que Dirceu trabalhará de forma oficial para o governo e não mais de forma oculta como tem sido.
O fato como um todo é que, José Dirceu, de forma curta e grossa deixa claro que o país tomará os rumos do socialismo que havia tentado trilhar em 64. Dizer agora, que um novo golpe militar é exagero pode servir de desculpas, mas dizer que estamos entrando em uma onda vermelha onde Dirceu e Cia transformarão o Planalto em um novo Kremlin e que a Polícia Federal será a MGB do século XXI não é assim tão escabroso.

Aguardemos para ver se o navio chamado democracia, aguenta mais essa tempestade.




segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sal e Pimenta



A oposição no Brasil existe tanto quanto a democracia na China ou na Nigéria. Um dos maiores problemas do atual cenário político é a exatamente a falta dela. O PSDB entregou os pontos há muito tempo. A direita jogou a toalha antes de começar o primeiro round e claro, tendo a ocasião bem a sua frente a esquerda petista deitou e rolou.
A oposição em tempos não eleitorais deve ser como o sal. Deve temperar a política para que a situação não torne as coisas insossas ou seja corruptíveis como fez o PT ao chegar em Brasília em 2003. Lula e sua turma disseram ser hipertensos e a oposição acreditou.  O Sal, bíblico que é, não esteve na dieta da direita desde que esta tornou-se oposição. A direita, como toda direita, sempre foi considerada elitista e como toda elite não gosta de fazer barulho. PSDB, DEM e Cia limitada esqueceram de salgar o Legislativo e principalmente o Executivo nos últimos oito anos. Lula, faz o que quer, pois não há salmoura que o detenha.

A pimenta que sempre dá um gosto especial para qualquer prato, deveria ser usada em tempos eleitorais e principalmente eleitoreiros. A oposição deveria apimentar as eleições – assim como fez o candidato de extrema esquerda Plínio de Arruda.
Os grão-tucanos entraram na disputa presidencial achando que estavam jogando dama com um vizinho e no final das contas a pimenta entrou nos olhos de todo o tucanado principalmente os de José Serra, que desde sempre tomou caminhos errados nesta campanha – o principal erro foi não ter um discurso de uma direita que está cansada de tanta corrupção nesta terra sem lei. Segundamente Serra fez em alguns momentos discursos que pareciam mais de uma esquerda moderada do que uma direita central – como é a ideologia do PSDB, mesmo tendo como vice um representante da direita quase extrema que é o DEM.

Faltou tempero no molho tucano desde que Sérgio Guerra (senador pelo CE e presidente nacional do PSDB) assumiu a coordenação da campanha de Serra. Guerra já tinha em seu histórico a derrota de Geraldo Alckimin nas eleições passadas, quando Lula se reelegeu com uma mão nas costas. O tom daquela campanha tucana, não destoa muito da atual – os resultados também não. Mas o que é mais preocupante não é o tom e a forma usados pelo PSDB em suas campanhas eleitorais. O que preocupa é justamente a falta de sal e pimenta, ou seja a falta de oposição, que a Oposição não teve força para exercer – ou seria vontade em oito anos de mandato petista. Desde que Lula chegou ao poder, os escândalos de corrupção o acompanharam, a saber: 
  • Mensalão;
  • Morte do prefeito de Santo André;
  •  Dinheiro ilícito;
  • Caixa dois;
  • Artimanhas de seu filho Lulinha que hoje é o dono da Embratel;
  • Ataques contra a imprensa;
  • Espionagem e vazamento de informações confidenciais de adversários políticos.



Em nenhum desses episódios a oposição gritou, chiou, esperneou ou fez qualquer coisa do gênero. Não colocaram nem um pouquinho de sal ou pimenta no banquete de falcatruas que a esquerda petista dá em grande escala país afora e aí a política brasileira cai em uma grande armadilha, pois como disse Benjamim Desraeli, ex-primeiro ministro britânico "nenhum governo pode ser sólido por muito tempo se não tiver uma oposição temível".
Se uma oposição que não é temida, já está enfraquecida, que dirá a total falta dela, como se vê hoje no país.

A oposição, com seus candidatos, que gritam sem nexo nem contexto no deserto, ajudam e muito aos esquerdopatas a permanecerem no poder. Lula tem quase oitenta por cento de aprovação, parte disso é mérito dele a outra parte é demérito da oposição que conseguiu aos pouquinhos marcar um golaço contra a democracia e isso é um mérito todo deles.


domingo, 5 de setembro de 2010

Cala a boca humor

O teste de QI, mede o corpo da inteligência, já o humor, mede a alma. Alma que foi definitivamente exorcizada pela censura no país. Até semana passada, vigorava uma lei que PROIBIA os humoristas de diversos tipos (cartunistas, apresentadores, imitadores e etc) de se manifestar no período eleitoral. Um comediante imitando o Lula, estava fora de cogitação - se fizesse, o comediante ou o veículo a qual pertença  receberia uma multa, simples assim. Na sexta-feira passada, dia 28, essa lei caiu graças ao bom censo de um juiz.
No estado soberano da democracia, a opinião alheia a nossa deve ser respeitada e não calada. Não é de hoje que as pessoas usam do humor para se manifestar contrários a algo ou a alguém e isso ocorre mundo afora. Mas foi aqui, no Brasil que os narizes vermelhos tiveram de se calar. Tudo bem que a lei caiu e que agora isso faz parte do passado, mas o que fica é exatamente a sensação de que a democracia no país varia de acordo com o humor dos governantes. Se, o presidente do país acorda de bom humor - viva estamos salvos por um dia, agora se ele acorda de ressaca -  o que deve ocorrer com certa freqüência, estamos todos perdidos, porque ele vai vomitar marimbondo na Constituição.
A impressão que se tem, ao ver tais fatos, é que o brasileiro não aprendeu nada, mas absolutamente nada com o regime militar que vale lembrar durou vinte anos. Uma geração inteira viveu seus primeiros anos sob a opressão militar que não permitia a liberdade de expressão, fosse no campo artístico ou no jornalístico.


Dessa vez foi o humor, amanhã pode ser a religião e depois a ideologia política. Embora essa idéia seja um tanto dramática, é fato que as grandes opressões e as grandes ditaduras que já existiram no mundo começaram assim, calando alas da população que aparentemente não tinham tanta importância. Exemplos não faltam. A sociedade em pleno século XXI, ainda não tomou conhecimento de seu verdadeiro poder - o poder do voto. Votar não significa apenas ir às urnas no dias das eleições - é preciso mais, é preciso uma espécie de "pós-venda" do voto, simplificando: os eleitores tem mesmo total conhecimento das idéias de seus candidatos ? Infelizmente a resposta é um sonoro não.
Houve essa tentativa de calar os humoristas, que até poderiam ficar mudos, mas cegos jamais - daí os protestos em forma de humor, daí a indignação que usa do riso para se manifestar e principalmente pensar. Jerry Seinfeld pai do Standard Comedy, disse certa vez que não existe nada mais real e verdadeiro do que a comédia. Se alguém contar uma piada e ela realmente não for engraçada e inteligente, quem  escuta não rirá, e no Brasil, não existem verdades maiores dentro do cenário político do que as piadas feitas a respeito da má governança dos políticos.


Mas cabe aqui uma colocação: os humoristas estavam proibidos de se manifestar. Mas é permitido a qualquer tipo de pessoa se candidatar aos cargos públicos, inclusive palhaços profissionais. Sim, viver a plena democracia significa dar espaço para todos, mas deixar que pessoas sem a menor qualificação técnica engajem na vida política, fazendo parte do Legislativo e do Executivo, é uma piada de tremendo mau gosto. Um dos maiores problemas do Brasil é exatamente esse - permitir que qualquer um candidate-se a cargos públicos da magnitude dos Poderes. Até hoje é difícil aceitar que o presidente do país não tenha uma faculdade. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), órgão máximo de controle eleitoral no país, nunca se manifestou contra essas situações.
Tentar calar o humor, justificando que as piadas eram deboche dos candidatos, foi um verdadeiro tiro no pé, por parte dos que redigiram tal lei. Não é que os humoristas vão se vingar, mas a fenda aberta talvez jamais se feche novamente. Deve-se tentar acabar com a corrupção e consequentemente calar os corruptos - preferencialmente colocando-os atrás das grades.


Para finalizar e lembrando um dos humoristas mais conhecidos do país, se entrevistassem Tião Macalé a respeito desse episódio ele com certeza diria: NOGEEENNTTOOO !!!!

sábado, 28 de agosto de 2010

A Terra é redonda

A Terra é azul”, disse o primeiro homem a ir para o espaço. Yuri Gagari, Russo ou Soviético para ser corretamente temporal citou aquela que é uma das frases mais conhecidas pela modernidade. Nosso céu é azul, nossa atmosfera idem. Isso no campo biológico. No campo político, o nosso céu é cinza, nossa atmosfera idem.
Vive-se um momento único no mundo. Aqui, na América Latina, a corrupção e a esquerda andam de mãos dadas com o comunismo que teima em se manter vivo e ganha cada vez mais força graças ao capitalismo de Estado. Na Ásia, a China tornou-se a segunda maior economia do mundo deixando para trás os seus visinhos nipônicos graças à corrupção, à mão-de-obra escrava e ao capitalismo de Estado, fruto chinês que um dia fará o mundo passar fome, assim como outro produto made in Pequim – a pirataria, e o Irã está se armando belicamente da mesma forma que a Alemanha se armou antes de começar a segunda guerra mundial na década de 40. Louco por louco, Hitler fez o Holocausto, Mahmoud Ahmadinejad o nega. Nega mas prepara-se para fazer um para chamar de seu, já que o do titio Adolf soa como mentira conspiratória do Ocidente.
No velho continente, há velhos problemas. A xenofobia francesa é de dar cala frios tanto quando se assiste a um filme de Rob Zombie e a corrupção na Itália rivaliza com a brasileira para ver qual congresso é mais corrupto e ineficaz. Na terra de Marcel Proust, o atual presidente Nicolas Sarkozy, tenta a todo custo banir das terras francesas, os ciganos e persegue sem pudor os seguidores de Alá. Parte desses ataques derivam da ainda remanescente crise econômica-financeira-mundial que atingiu a todos no último ano e que o presidente brasileiro quis fazer acreditar que não passava de uma “marolinha”. Com a extinção de vários empregos, muitos franceses tiveram medo dos estrangeiros, pois passaram a competir com eles pelos chamados sub-empregos. Na terra de Dante Alighieri, o atual e sempre primeiro ministro Silvio Berlusconi mescla seus escândalos entre sexuais e de corrupção e os italianos até hoje não conseguiram explicações de por que todo lixo do país vai para Nápoles. Silvio deve ter a resposta.
Na América Latina o que estava bom ficou ruim e o que já estava ruim ficou ou ficará, pior ainda. Chavez, Lula e companhia marxisita e bolivariana estão conseguindo transformar a América Sulista no cotovelo do mundo, não serve para nada e só é lembrado quando dói. Ou seja, tudo o que a fraca democracia construiu nesses países a partir do final dos anos oitenta, está sendo posto abaixo pelas marretadas de todos esses governantes de esquerda que ao que parece não deixarão seus tronos tão cedo.

Para nosso alento, temos nossos amigos e irmãos africanos que tem conseguido obter mais resultados positivos do que negativos nas suas empreitadas, mesmo tendo o pior cenário do mundo e isso observando praticamente todos os aspectos da vida humana na terra, que lembremos é azul. Lá, os países estão começando a descobrir os benefícios da boa democracia e das eleições limpas. Sediaram a última copa do mundo de futebol, mas tal evento além de criar elefantes brancos em plena África serviu para mostrar uma África do Sul em mutação favorável ao povo e conseqüentemente a tendência serve para senão todos, pelo menos para a maioria dos países africanos, principalmente para os países da chamada “África Negra”, onde segundo a Organização Mundial da Saúde existem os piores índices de desenvolvimento.
Na terra do tio Sam, ou de Edgar Allan Poe, Barack Husseim Obama, mostra que é melhor na teoria do que na prática e que esta última sempre é bem mais difícil do que a primeira, mas a história o colocará como o FHC americano. A pessoa certa na época das turbulências como disse Allan Greenspan, CEO do FED, o banco central americano, que ao escrever sua biografia previu a bolha imobiliária americana em 2006, a mesma bolha que desencadeou a crise em meados de 2008. Alguns dizem que com a crise, o império americano chegou ao fim, outros dizem que é preciso mais do que isso para destruir as garras da águia da liberdade, que elas estão muito bem encravadas na atual sociedade global. De fato, a crise criou uma fissura no cristal chamado capitalismo democrático e expos não apenas a fragilidade de um sistema secular, mas também as extravagâncias dos lobos de Wall Street, que diga-se trataram os atos financeiros como crianças em uma doceria e o mundo sentiu o resultados das guloseimas. Mas estando quebrados ou não, os ianques são muito fortes no cenário econômico e possuem ainda a maior força bélica e militar do planeta, sem mencionar que são a mais importante democracia no mundo e que sempre serviram de exemplo e inspiração para outras nações.

Dentre todos estes cenários, caóticos em sua maioria, a Terra azul como sempre, ainda não se viu em queda livre diante de todas estas catástrofes apocalípticas que vislumbram no horizonte, seja americano, asiático ou europeu, horizonte que ainda verá por alguns anos um céu cinza escuro pendendo para o negro absoluto. Escuridão que tem nome e habitat natural - a corrupção, que habita o caráter dos governantes ou a falta dele. Ela, a corrupção, não deixará de existir, afinal estamos falando da vida real e não de um conto de fadas, mas ela deverá ser  devidamente combatida e posta em seu lugar – a cadeia, para que o mundo possa voltar a respirar o oxigênio democrático denominado justiça. A falta de justiça unida às idéias e a liberdade corrompida das gestões esquerdopatas, levam a sociedade diretamente para o fundo do posso e como a corrupção é uma escavadeira dos princípios morais e legais das sociedades civilizadas, ao se chegar ao fim do poço, descobre-se que ainda há um alçapão. Esse alçapão existe porque a ala que deveria proteger os interesses das nações, muitas vezes fica de mãos atadas ou simplesmente faz parte do jogo. Legislativo, Judiciário e a Imprensa, fazem corpo mole ao que deveria muitas vezes ser tratado a ferro e fogo – e isso não implica em se fazer uma ditadura branca, mas em se fazer justiça. Ela, além de cega é inerte e não existe sozinha, precisa de instituições democráticas para ser posta em prática, da mesma forma que um pão para ser assado, precisa ser levado ao forno, por que caso não vá, a massa azeda e em se tratando da sociedade atual, a massa já está quase que em estado de podridão.
Os poderes existem no contexto fiscalizador. O Legislativo fiscaliza e cobra o Executivo, o Executivo fiscaliza o Legislativo no que tange a formação das leis e ambos são fiscalizados pelo Judiciário. Os três poderes existem tanto nas democracias republicanas, que tem no cargo do Executivo um presidente, quanto nas monarquias constitucionais, que possuem a Corte e um membro que exerce o poder do Executivo – normalmente um primeiro ministro. Mas independentemente da formação de poder nesses países em ambos a Imprensa exerce um papel fundamental. Ela, que em teoria é autônoma e independente a qual força está no poder fiscaliza os três poderes, para que todos exerçam corretamente seu papel a que foram designados e principalmente não atuem em excessos que vão diretamente contra a Constituição e a ordem democrática, reflexo da corrupção.


A via é de mão única. Ou toma-se partido favorável à democracia, embora de forma tardia ou o mundo redondo que é, será sim aquela aldeia global mencionada por Marshall McLuhan, mas não pelos avanços tecnológicos e sim pelo total retrocesso nos processos sociais. A nossa aldeia será um gigantesco Gulag.

domingo, 15 de agosto de 2010

Ladeira abaixo

Um dos maiores benefícios da democracia, é a troca de poder. As eleições marcam sempre o início de um novo estágio na democracia de um Estado, e por conseqüência os resultados das eleições escrevem as mais novas páginas da história de uma nação, tanto para o bem quanto para o mau. Ainda nessa análise, a democracia permite um espaçamento maior de possibilidades para quem já está no poder, as reeleições. Faz parte do processo democrático de diversos Estados a re-análise do atual gestor para que ele possa continuar no poder, participando do pleito democrático como todos os outros candidatos.  Adentrando no caso tapuia e nos casos latinos, caso venhamos a analisar os últimos resultados das eleições, veremos que (quase) todos os candidatos que já estavam no poder, por lá ficaram ou então, conseguiram fazer ascender ao poder o seu sucessor. Nesse aspecto, tanto os partidos de ideologias de direita e de esquerda, conseguiram esse feito.

Não é um ataque à democracia, pelo menos não explícito. Vejamos: A troca periódica de poder é marca registrada da boa democracia - o oposto chama-se ditadura. Quando alguém ou quando um partido permanece demais no poder, a democracia se esvai tanto quanto o Superman quando vê criptonita, basta atravessar o atlântico para ver nos países Africanos, casos e mais casos de ditadores que chegaram ao poder há mais de vinte anos, usando-se algumas vezes das veias democráticas e nunca mais deixaram o trono e se o fizeram, antes colocaram algum filho no seu lugar para dar continuidade ao seu reinado. Nos casos alem mar, ou seja, por aqui, as coisas tem se encaminhado por essa estrada que muitas vezes leva a caminhos sombrios. O PT nunca escondeu seus planos para se tornar o dono da América Latina, e no processo que elegeu e principalmente reelegeu Lula, muito esgoto podre passou por baixo dessa ponte: a tentativa de implantar o terceiro mandato, o Mensalão, a morte do prefeito de Santo André Celso Daniel, as alianças com os Sarney, com o ex-presidente Collor, com as FARC, as diversas tentativas de acabar com a imprensa livre, a expulsão dos radicais de extrema esquerda do partido, muitos dos quais eram fundadores do PT. As associações escusas com países como Rússia de Vladimir Putin, Cuba dos irmãos Fidel, a Venezuela de Hugo Chavez.

Lula, jamais teve a idéia de deixar o poder, desde que aportou no palácio do planalto em janeiro de 2003 já tinha planos para a reeleição e até mesmo nome para sua sucessão em 2010 - José Dirceu. No caso, apenas trocaram as moscas, mas o plano ainda é o mesmo.
Acreditar que Lula era uma mudança positiva, foi um acerto até a página três dessa história. Que a mudança de poder entre a direita tucana pela esquerda petista foi um dos grandes marcos da história democrática brasileira, não há dúvidas. Mas o que já era de se esperar também aconteceu. A "PTlização" do Estado. Lula, chama o país de seu e em sua mente ele não está sendo metafórico, pois acredita que o estado é seu por direito e dever e está fazendo de tudo para se manter em Brasília. 
Aos poucos o esquema petista de estatizar o Estado como sendo seu próprio patrimônio tem sido posto em prática. Primeiramente a eleição de Lula, depois o mensalão que justificaria o segundo mandato de Lula e que culminou com a queda de nomes como José Dirceu e Pallocci e com a morte de Celso Daniel. Posteriormente Lula, acabou com o diploma de Jornalista ou seja eles foram cassados de forma branca. No campo econômico, Lula monopolizou juntamente em parcerias com grandes empresas os grandes mercados existentes: telefonia, ferro, aço, combustíveis e por aí vai e claro, tudo isso impulsionado pelo Capitalismo de Estado muito bem copiado dos comunistas Chineses.


Lula inchou  a máquina, contratando e contratando sem pensar no amanhã, resultado: hoje nos órgãos públicos há dois para servir o cafezinho onde antes não existia nenhum e claro que ele poderá contar com o votos de todos para ele próprio, para Dilma e até para o Bozo, caso este último passe a usar roupa vermelha.
Nessa estrada, observe-se, só existe uma via e ela é uma ladeira enorme, que nessa velocidade e direção levará o Brasil para um futuro totalmente confuso afinal a bússola que norteia a democracia conhecida como troca do poder está quebrada. Os esquerdistas do PT darão ao país mais do que uma década perdida nos mais diferentes pontos a contabilizar os principais e essenciais: educação, economia, ética, moral, justiça e liberdade. Todos esses fatores, alguns dos quais são os pilares de uma sociedade correta estão sendo corroídos pelas idéias petistas e estarão totalmente arruinados no final do seu mandato , se é que esse um dia terá fim. O que nos faz lembrar dos Nazistas que ocupavam o leste europeu durante a segunda grande guerra. Quando viram que iriam perder a guerra e que não havia mais chance de vitória, eles destruíram tudo o que puderam em cidades como Praga, Varsóvia, Viena e outras mais. 


No caso brasileiro, o cheiro é muito parecido. Há de se imagina que caso os petistas um dia, distante é claro, tenham que abdicar do osso, irão preferir o golpe e a destruição das ruínas que ainda tiveram restado.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Panorama

Aristóteles, um dos mais famosos e importantes filósofos gregos, disse: " É preciso prestar atenção na qualidade de nossos atos" e disso isso há muito tempo atrás, tanto tempo que ao que parece os eleitores brasileiros esqueceram-se disso, se é que chegaram a tomar conhecimento dessa frase. Os eleitores e também os órgãos que permitem e regem as eleições. A quantidade de candidatos aos mais diversos cargos é grande, já a qualidade é no mínimo duvidosa. O Portal EXAME, lançou nessa semana uma matéria a respeito daquelas pessoas que por diversos motivos tornaram-se famosas e consequentemente públicas e que usam dessa "fama" para pleitear seu espaço nos bastidores do poder. Tratam-se de cantores dos mais variados ritmos, apresentadores de TV, humoristas, ex-participantes de reallity shows, esportistas, ex-jogadores, ex-lutadores e por aí vai. A feira está aberta, mas apenas temos frutas podres. Por falar nelas na lista também há mulheres de todos os tipos, filé, melancia, morango e se procurar bem encontra-se até a mulher banana. O que seria muito cômico, tornou-se altamente preocupante. Afinal, qual é o preparo que essas pessoas tem para lidar com o que querem lidar ? Essas pessoas tentam vagas como deputados estaduais e federais e ao senado. Mas uma das muitas dúvidas é: eles sabem elaborar leis ? Sabem fiscalizar o que o Executivo está fazendo ? Sabem lidar com todas as questões que envolvem um país ? Pois é para isso que existem os cargos a que eles tanto desejam empossar. 

Que a democracia é o estado mais civilizado para a governança, todos sabem. Que a democracia é a institucionalização da voz de todos, senão da maioria, todos também sabem. Mas permitir que qualquer pessoa sem o menor preparo chegue ao poder legislatório é bem mais complicado. Muito se cobrou a respeito do presidente Lula não ter estudado o suficiente para ser gari, que dirá presidente de uma nação, mas muitos dos que questionam isso, estão hoje pensando em levar as urnas o seu voto de confiança nas pessoas cujo o histórico público, limita-se aos famosos quinze minutos de fama. A democracia, se tivesse binóculos veria muitas nuvens no horizonte, afinal os que irão rege-la não sabem a diferença entre um tamborim e um piano.
Quando o filósofo disse que devemos prestar atenção na qualidade dos nossos atos, muito seguramente ele não imaginou que o congresso estaria tomado por figuras bizarras como as que temos para escolher, mas muito certamente ele estava cutucando pessoas que guardadas as proporções de épocas, não seriam muito diferentes das pessoas que temos hoje. A massa é guiada por esses que buscam a fama e nada mais. Quando a fama acaba, afinal, são apenas quinze minutos, como prescreveu Andy Arhol lá nos anos oitenta essas celebridades de boteco, buscam manter-se sob os holofotes usando a política para tais fins. E muitas vezes o resultado esperado é o resultado obtido.
É claro que não são apenas os louros da fama que estão em jogo, afinal, os poderes e o prestígio de um deputado ou senador não são para qualquer um - e o enriquecimento ilícito também.
No ano passado, em uma pesquisa a despeito dos trabalhos da câmara legislativa da cidade de São Paulo, que tem a sua bancada de celebridades é bom mencionar, registrou-se que a maior parte das leis e regimentos aprovados durante o ano, foi em prol da troca de nomes e batismos das ruas da maior cidade do país, ou para ficar bonito na foto a alteração de logradouros.

Aqui vale a pergunta: Esse trem tem volta ? Essa febre de celebridades instantâneas que buscam o voto dos demais simplesmente porque são ou eram famosos vai nos levar para qual estação ? A democracia corre perigo ao ter essas pessoas nos cargos que em tese, deveriam ser ocupados por pessoas capazes de bem gerar todos os recursos que os cargos dão. Até onde consta um borracheiro não pode operar coração. Porque então um ex-jogador de futebol ou uma funkeira podem ascender ao poder para ditar nossas leis, nossas regras ?
Legislar é trabalho muito sério e que envolve muitas visões, pois os deputados e senadores devem defender os seus estados e a nação em todas as esferas possíveis e imagináveis. Um diploma de alguma coisa cairia bem nessas horas. Mas a lista integra pessoas que mau sabem ler e escrever, que dirá compreender e criar leis.
Nesse panorama sobre o nosso legislativo, pode-se verificar que o povo não irá votar no menos pior, mas votará no mais famoso e mais queridinho do momento, seja esse candidato apto ou não, ex-jogador ou ex-celebridade, fruta ou bomba.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O debate

Educação, segurança e saúde. E nesse tom, começou o primeiro debate dos presidenciáveis em 2010. A Band merece os parabéns por mais um debate bem realizado, e como sempre, o primeiro daquele meio que no Brasil é um dos mais importantes para os eleitores tomarem conhecimento de quem é quem. 

E nesse quem é quem, podemos analisar que: Dilma do PT estava muito, muito nervosa no início do debate. Tanto que além de se enroscar nas palavras, estourou o tempo de resposta da primeira pergunta. Depois com o passar do tempo e das pauladas que levava dos outros candidatos ficou mais calma. Dilma falou várias vezes como "o governo", o que mostra que ela é a continuidade do PT e não uma mudança de poder, mesmo que do mesmo partido - algo que sempre ocorreu na Inglaterra, embora o sistema seja outro. Quis engatar a comparação entre a era Lula e a era FHC e caiu do cavalo, logo na primeira paulada de Serra.
Ainda nos enroscos com as palavras levou de Plínio Arruda e de Marina Silva.

Marina, como sempre foi uma mosca morta. O debate serviu apenas para ela dar umas no PT, afinal, o tem atravessado na garganta. Mas como já foi dito, serão os eleitores de Marina quem decidirão entre tucanos e petistas. Ela ainda detêm dez por cento do pleito.

Plínio de Arruda Sampaio, foi divertido, irreverente, conservador em suas idéias, como sempre e deixou sem jeito Dilma, que em determinado momento esqueceu-se das câmeras e quase perdeu a postura com o eterno socialista.

Serra, mostrou bem mais equilibrado que Dilma. Não mostrou-se nervoso e até exibiu uns sorrisos, talvez para aqueles que acham que o que ganha eleição é o "C" de carisma e não o "C" de caráter. Bateu quando teve de bater, mas não forçou a barra. Disse inteligentemente à Dilma que para se governar não se pode olhar o tempo todo para o retrovisor - em menção clara às idéias cretinas dos petistas de comparar FHC com Lula, em seus respectivos oito anos de mandato.

Nesse primeiro embate, deu Serra, que teve tempo de mostrar para que veio e soube se defender quando foi preciso.
Espera-se que Plínio apareça nos próximos debates para ajudar a bem acalorar os temas e as idéias, dona Marinha pode ir vender Natura e dona Dilma deveria tomar suco de maracujá, já que estava bem incomodada com o debate.





domingo, 25 de julho de 2010

Um contra todos

Esses dias tem sido muito reveladores para a América Latina, eles tem sido historicamente marcantes assim como um compositor que encontra o conjunto correto de notas para formar a sua melodia ou um arquiteto que descobre a forma mais inédita para a fachada de uma obra que assina. Mas a música atual dos latinos não tem a felicidade da rumba, a graciosidade do tango ou a amorosidade da bossa nova, mas pendem mais para a marcha fúnebre de Chopin ou algo no mesmo tom triste e melancólico do mestre do piano.
A América Latina que sempre foi um barril de pólvora, acendeu mais um pavio que ganha forças por estar vivendo uma das piores safras de presidentes que já se teve notícia nas últimas duas décadas, somando-se a isso a ressaca que todos vivem por conta da crise financeira mundial de 2008/2009 que foi um soco no estômago do capitalismo democrático e serviu de impulso para o capitalismo de estado - obra dos nossos distantes amigos chineses.
Da atual contenda temos o seguinte: O presidente da Colômbia , Álvaro Uribe, acusou o governo da vizinha Venezuela de abrigar guerrilheiros e campos de treinamento, das Farc (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas) em suas selvas. Hugo Chavez, o todo poderoso líder revolucionário e muitas vezes "napoleônico" se irritou e tomou para si todas as possíveis dores dessa história que envolve a Colômbia, a Venezuela, o Equador e o Brasil. Um quarteto nada fantástico.
Uribe, fora eleito tendo como plataforma de campanha acabar com as Farc e consequentemente como o narcotráfico que muitos consideram o maior produto tipo exportação da Colômbia. Uribe, teve declaradamente apoio do governo dos Estados Unidos, na época governado por Mister George Walker Bush. O apoio era tão irrestrito que falou-se em Bogotá permitir uma base americana em suas terras, justamente para em trabalho conjunto entre os dois governos somarem forças para atacar aquela que é considerada uma das maiores quadrilhas que existem na América do Sul - as Farc. Nesse episódio, Chavez, que não tinha nada a ver com a história, ameaçou cortar relações com a Colômbia, alegando que os Estados Unidos queriam na verdade ter espaço no lado sul do continente assim com tem no continente africano, por exemplo. 


Ainda tendo as Farc como motivos para brigas, outro episódio, envolveu agora o Equador de Rafael Corrêa, filho político de Hugo Chavez e que também ascende às idéias Bolivarianas, Fidelistas e a todas idéias possíveis que norteiam a mente de um esquerdista.
Nesse capítulo, o exército colombiano invadiu o território equatoriano para dar cabo de agentes das Farc - agentes do primeiro escalão inclusive, numa mostra clara que não seriam fronteiras, rodeadas por selva, que iriam impedir a caça aos bandidos narcotraficantes das Farc. Quito, amparado por Caracas, reagiu com toda veemência possível, bem como uma vizinha reage ao vidro da janela quebrado pela bola dos garotos da frente, e os dois países hermanos cortaram relações diplomáticas com Bogotá. Nesse ponto, tanto Washington como Brasília entraram em cena para acalmar os nervos já que os dois países melindrados botaram seus contingentes à postos de combate na fronteira com a Colômbia - e ameaçaram prender o presidente colombiano caso ele pisasse em seus territórios.
As intervenções funcionaram, a poeira e os ânimos baixaram e todos voltaram a ser bons vizinhos, daqueles que pelo menos dão bom dia, mas nada além, até a semana passada quando as crianças voltaram a brigar por causa da bola.
Tomando como base que os atuais governantes das nações latinas não sejam os melhores que já tenham existido e que a sua maioria é composta de esquerdistas cabeças-de-vento, dentre eles Chavez sendo o maior de todos, podemos notar que essas brigas, rixas e afins que tem cercado os noticiários vão muito além da guerra às drogas. Podemos dizer que Álvaro Uribe é aquele típico bom aluno que senta nas primeiras fileiras, mas que chega de surpresa no meio do ano, sem conhecer bem os outros alunos ou a turma como um todo e para seu azar essa turma tem mais alunos do fundão do que alunos preocupados com a própria formação.
Uribe se destaca dos demais políticos pois não tem uma formação de esquerda como o tem Chavez, Corrêa, Morales e Lula. Logo, não vive a utopia de uma América Latina com bandeiras vermelhas tremulando, sob as estátuas de Lenin, Marx, Fidel e Guevara. Uribe, vem de uma escola muito menos fanática, pois vem da direita moderada. E tendo um curriculum desses tornou-se pedra no sapato daqueles que querem uma governança absolutamente marxista e bolivariana nas terras latinas.


A atual briga se dá porque Uribe não só acusa a Venezuela de protejar as Farc em suas terras, como tem provas e mais provas de que seus vizinhos não são lá flor que se cheire. Venezuela, Equador e o Brasil estão envolvidos com as Farc até o pescoço e aqui estamos falando de pessoas dos altos escalões dos governos: ministros, deputados, juízes das supremas cortes e assessores das grandes pastas. E a partir do momento em que Uribe teve acesso a estas informações, não teve dúvida, pôs a boca no mundo. A estridente cena feita por Chavez, prova apenas que é tudo verdade, pois em outras circunstâncias, a diplomacia teria feito sua parte, mas Chavez nunca foi muito adepto das formas civilizadas de tratar seus problemas. As Farc sempre tiveram o apoio dos governos de esquerda que aqui a América Latina tem a rodo, como se diz no popular e aparentemente o "vice-versa" acontece, afinal em uma relação de tantos poderes, uma mão tem que lavar a outra para que o sistema podre continue existindo e quando se trata de tantos poderes assim é de se esperar ou ao menos supor que os presidentes, em seus gabinetes e com toda a máquina administrativa em mãos, estejam bem a par do quem tem ocorrido. Para esse caso das Farc, Lula não poderá dizer que não sabia de nada, como fez com o caso do mensalão e principalmente o Legislativo e o Judiciário não poderão se fingir de plantas como fizeram para dar fim a aquela história.


A de se analisar alguns pontos contra Álvaro Uribe. Primeiramente ele errou ao deixar o exército colombiano invadir terras estrangeiras. Sim, ele tinha motivos, mas nesse ponto a soberania territorial do Equador foi arranhada, mas nada que levasse a Quito a chamar de volta pra casa seu embaixador. Segundamente, Uribe tem em mãos documentos e emails que comprovam a participação de governos estrangeiros apoiando explicitamente as Farc, Venezuela, Equador e Brasil, mas Uribe não gritou aos quatro cantos do mundo a respeito do amigo tapuia, ao contrário, tratou com total discrição o nome do Brasil (leia-se petistas e Lula) no envolvimento do caso. Mas o país das chuteiras está tão colado a esses trapos quanto o país das misses universos. Ora, se Uribe quer realmente acabar com as Farc, utilizando-se dos meios legais que existem, ele deveria ter usado o mesmo peso que usou em Chavez para Lula, mas aparentemente as relações comerciais que os dois países tem falou mais alto e Uribe tirou a boca do trombone quando apontou para Brasília - algo feio para quem em teoria respeita a democracia em seu país e que nesses canaviais latinos tem sido uma das poucas canas a dar boa garapa e não aguardente como são os demais.


Espera-se que tudo isso termine com o enfraquecimento e destronamento das forças ilícitas que atuam na américa latina, desde as Farc até aos casos brasileiros como o Comando Vermelho no Rio e o PCC em São Paulo. Que mais esse episódio, seja o final de uma temporada e que na próxima, os personagens principais tenham mais dignidade e caráter para assim como fazem os amigos ianques nunca negociar com terroristas, porque eles podem ter a triste musicalidade do jazz e do blues, mas são também os pais do bom e velho rock in roll, que pode as vezes até estar fora de moda, assim como a democracia na américa latina, mas eles sabem como poucos a forma de  levantar platéias em megashows com mais de duzentos mil participantes, assim como sempre empolgaram seus compatriotas com o bom uso das forças democráticas e dela própria em seu estado mais ideal e puro. 
Aprendamos, pois.

domingo, 18 de julho de 2010

A colorida democracia hermana

A democracia criada inicialmente pelos antigos gregos, assim como o capitalismo democrático com o seu anti-trust criado pelos americanos no início do século XX, acabaram ao longo dos anos, passando por várias etapas que modificaram as idéias iniciais dessas filosofias criadas pelo homem moderno. A democracia como a conhecemos hoje teve seus altos e baixos ao longo da história, principalmente na Europa que viu suas terras passarem por duas guerras mundiais e por várias revoluções, apenas para citar três das mais importantes: a Francesa, a Russa e a revolução industrial na Inglaterra que é hoje considerada a mãe do capitalismo que começou nos Estados Unidos e mudou a cara do mundo como o conhecemos. Mesmo o capitalismo brilhantemente criado e defendido pelos ianques tem tido suas novas variações, o maior exemplo é o atual monstro criado pelos chineses - o chamado capitalismo de estado. Justamente eles que nunca foram em mais de 5 mil anos de história adeptos de qualquer forma de democracia, o que para eles, sim é um monstro criado pelo homem moderno.
A democracia com todas as suas mutações e adaptações para ser um pouco darwnista também sempre teve seus altos e baixo na América latina, onde praticamente todos os países enfrentaram quedas de governo, por força de golpes militares como no Brasil que não teve um ditador mas viveu sob um regime militar que perdurou duas décadas , por força de ditadores que subiram ao poder como em Cuba com Fidel e Raul Castro e Ernesto Guevara a até mesmo por força da própria democracia como no caso brasileiro do ex-presidente Fernando Collor que foi caçado por conta de uma Elba.
Em todos esses casos a democracia foi veementemente atacada e muitas vezes ficou vagando como um fantasma por conta de governos autoritários. Hoje, a América Latina vive um processo parecido com o que tem ocorrido com o capitalismo democrático, que ganhou uma versão "gêmeo mau" com o capitalismo de estado dos chineses. A democracia tem sofrido maus tratos por conta do uso torpe que os governantes tem dado à mesma. Um exemplo disso é a Venezuela que tem um presidente há oito anos no poder e que por força de lei  ou seja através da democracia pode ser eleito quantas vezes ele bem entender - um modelo muito parecido com o adotado pelos irmãos Castro na ilha de Cuba, mas com um tom agravante, esse modelo usado por Chavez veste-se com roupas que tem a etiqueta da democracia e vale lembrar que o presidente Lula tentou mas não conseguiu, implantar no Brasil uma idéia fuinha como essa. Graças à oposição que corrupta que é, jamais deixaria toda a farinha do saco apenas para os esquerdistas do PT - no caso tapuia não foi uma vitória da democracia como aparenta à primeira vista, foi na verdade a panelinha que se mexeu para não perder o que é seu, pelo menos na visão deles - é claro.
Ainda na geografia latina temos a nossa vizinha: a Argentina, que não tem uma história democrática muito diferente dos demais, mas diferentemente dos demais sabe valorizar sua tão triste e conturbada face democrática. Face que por muitas vezes foi dada à tapa pelas mãos da história e de tiranos que a construíram.

A Argentina que tem uma história parecida com a brasileira, já sofreu duros golpes, com os militares, com a economia e até com o futebol. No campo econômico a Argentina ficou marcada pelos "panelaços" que foram protestos feitos em sua maioria por mulheres no final dos anos noventa que foram às ruas para reenvindicar melhores atitudes do governo que via sem nada fazer a sua antes sólida economia se esvair como sorvete fora do freezer em dia de verão e apenas para ressaltar essa parte culminou com a renuncia do presidente De La Rua que saiu da sede do poder às pressas em um helicóptero. Outra página importante no campo das cifras foram os "curralitos" que eram nada mais nada menos que o congelamento das contas bancárias dos argentinos que da noite para o dia ficaram sem um peso no bolso.
A parte dos militares tem lados sombrios que beiram os bons roteiros de terror americano ou para ser mais portenho, dariam um bom tango. Nos anos sessenta os militares chegaram ao poder e mostraram aos argentinos a fúria do poder, levando o país a viver os seus anos de chumbo, que só terminaram no início dos anos setenta com a volta do Peronismo e da ala "trabalhista" à Casa Rosada.

Dentro desses contextos a Argentina aprendeu pelo menos em parte a valorizar os bons ares da democracia. E cá cabem dois bons exemplos: O presidente do congresso argentino é também constituído do cargo de vice-presidente que não pertence ao mesmo partido do presidente do país o que nesse caso há bônus e ônus, mas que demonstra a forte veia democrática da Constituição. Outro caso que pode ser citado é o reflexo do estado laico - quando o país isenta-se de ter uma religião oficial, que geralmente dá margens para atos e fatos oficiosos e que vão contra a democracia, como o caso do Irã. E aqui passa a existir um dos atos mais democráticos que os países latinos já puderam criar.
Os hermanos tornaram oficial o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mesmo sob forte protestos de católicos, protestantes e ativistas que lutam pela instituição da família. O que cabe aqui mencionar é o uso da democracia, aquela mesma fecundada pelos gregos, para modificar a constituição e consequentemente a história de uma nação em prol da defesa de uma determinada minoria e da nivelação social e judicial de todos os cidadãos. Resumindo esse tango e não a ópera, os argentinos concretaram com solides as bases da democracia e deram em comparação às demais nações latinas um salto de anos luz. 
Alterar a constituição em prol dos gays não é muita novidade no mundo, pois temos como exemplo os Estados Unidos, alguns países na Europa e até mesmo a África do Sul, um país considerado de terceiro mundo - ou para usar uma linguagem moderna - um país emergente. Mas nunca essa força democrática havia sido ousadamente usada nas sedes de poder latino, que devido as colonizações espanholas e portuguesas sempre tiveram um fortíssimo tom católico.

Nesse tango chamado democracia argentina, que sempre teve muito mais espinhos do que flores as flores a partir de agora serão mais coloridas, graças as bandeiras do arco-íris e principalmente da democracia que tem sido hasteada nos mais céus das nações que lutam por seus cidadãos e o final desse tango não será como de habitual nenhuma tragédia, mas sim a base para novas etapas nessa estrada que leva à soberania democrática.